Operação da Polícia Civil (PC) desvenda esquema de corrupção na Prefeitura de Goiânia, apreendendo R$ 431 mil na residência do presidente da Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg), Alisson Silva Borges. Dois sacos transparentes contendo dinheiro em espécie foram confiscados e levados para a Delegacia Estadual de Combate à Corrupção (Deccor) nesta quarta-feira (20).
O prefeito Rogério Cruz teria anunciado em uma coletiva de imprensa que a administração municipal solicitaria o afastamento do presidente da Comurg, Alisson Silva Borges, e de outros funcionários sob investigação, porém, Borges pediu exoneração do cargo. Cruz negou qualquer conhecimento prévio das irregularidades e afirmou que nenhum outro servidor será afastado até que a prefeitura tenha acesso às informações completas da investigação policial.
A investigação em andamento trata de um possível esquema de fraudes em licitações para obras de recapeamento asfáltico na capital. Apesar das acusações, o prefeito garantiu que as obras em andamento na cidade não serão interrompidas. A operação da PC ocorreu simultaneamente em diversas entidades municipais, incluindo a Comurg, a Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana (Seinfra), a Secretaria Municipal de Administração (Semad) e a Agência Municipal do Meio Ambiente (Amma).
A Prefeitura de Goiânia emitiu uma nota informando sua cooperação com as investigações policiais, facilitando o acesso das equipes aos locais e documentos necessários.
Além do presidente da Comurg, os alvos da operação incluem Denes Pereira Alves, secretário municipal de Infraestrutura Urbana e ex-secretário municipal de Administração; Edimar Ferreira da Silva, diretor de urbanismo da Comurg; Adriano Renato Gouveia, diretor administrativo financeiro da Comurg; e Luan Deodato Machado Alves, presidente da Amma.
De acordo com a Deccor, o esquema funcionava com empresas vencedoras de licitações que não possuíam autorização da Agência Nacional do Petróleo (ANP) para comercializar os produtos. As empresas apresentavam certidões falsas pertencentes a outras para ganhar as licitações.
Os valores oferecidos pelas empresas vencedoras eram inferiores aos custos dos produtos vendidos pela Petrobras, que era a única fornecedora desse tipo de material. Os crimes investigados incluem fraude em licitações e contratos, modificação irregular de contratos, peculato, corrupção ativa e passiva, e constituição de organização criminosa, supostamente ocorrendo desde 2022.
A operação resultou em 32 mandados judiciais de busca e apreensão, incluindo 4 em sedes de órgãos públicos municipais, 3 em sedes de empresas e 25 em residências. Mais de 100 policiais participaram da operação.
Na residência do presidente da Amma, Luan Alves, foram encontradas armas, porém ele conseguiu provar que as armas eram suas e que possuía registro legal como Colecionador, Atirador Esportivo e Caçador (CAC). A polícia recolheu documentos e acessou computadores em busca de provas das fraudes investigadas.
A investigação revelou dois grupos envolvidos no esquema criminoso: um composto pelos sócios administradores das empresas usadas nas fraudes e outro pelos funcionários públicos responsáveis pelas licitações e contratos suspeitos.
A Deccor concluiu que os investigados do grupo empresarial se uniram para vencer as licitações promovidas pelos órgãos públicos investigados.
Escrito e publicado por: Badiinho Moisés/Com informações do G1 Goiás