A médica Cláudia Soares, que foi responsável por transportar uma recém-nascida de um hospital em Uberlândia para Itumbiara, estava na fila para adoção e havia sido considerada psicologicamente apta, conforme informações do delegado Anderson Pelágio, que está à frente da investigação.
A defesa de Cláudia afirmou que, devido ao segredo de Justiça que envolve o processo, a única declaração possível é de que, independentemente das acusações ou de uma possível denúncia, acredita que o caso será resolvido no procedimento de avaliação de insanidade mental da acusada, atualmente em andamento.
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Falsa Gravidez
De acordo com a Polícia Civil, Cláudia premeditou o crime por vários meses. Desde maio deste ano, ela vinha afirmando a amigos e familiares que estava grávida, chegando a adquirir um enxoval para o bebê.
O delegado revelou que Cláudia obteve um documento de gravidez de maneira irregular, com a ajuda de um biomédico, baseado em um exame de farmácia. A investigação concluiu que, durante esse período, Cláudia não estava grávida.
“O biomédico, que a conhecia há anos, confirmou que Cláudia solicitou um laudo de exame de sangue após fazer um teste caseiro. Ele fez o exame com base na confiança”, explicou o delegado.
Entrada no Hospital
A polícia descobriu que Cláudia entrou no hospital onde pegou a bebê usando um nome falso e apresentando um crachá da universidade onde lecionava.
“Ela teria acesso livre apenas com o crachá, mas usou um nome fictício e se fez passar por pediatra”, detalhou o delegado.
Antes de levar a bebê, Cláudia teria visitado diversos quartos do hospital, retornando ao perceber que não havia meninas disponíveis, que era o que ela queria. Ela enganou os pais da recém-nascida, dizendo que iria administrar o leite da criança e a retirou do hospital. Em seguida, fugiu para Itumbiara, onde foi detida.
Inicialmente, Cláudia foi autuada por sequestro, pois a polícia não tinha certeza sobre a finalidade de sua ação. O delegado explicou que o sequestro foi uma etapa do crime, destinado a facilitar a adoção ilegal. No último dia 5 de agosto, Cláudia foi indiciada por tráfico de pessoas e falsidade ideológica.
“Ela sequestrou a criança e a levou para Itumbiara, onde realizou o acolhimento, o que configura o crime de tráfico de pessoas. Além disso, utilizou fraude para acessar o hospital e enganar os pais. O tráfico de pessoas é um crime mais grave que abrange o sequestro, pois envolve a restrição de liberdade com uma finalidade específica”, concluiu Anderson Pelágio.
Escrito e publicado por: Badiinho Moisés