O Blog do Badiinho esteve na Feira Livre de Catalão, localizado aos fundos da Prefeitura, para entender o impacto da seca prolongada no preço dos alimentos. Com 156 dias sem chuvas, feirantes e fregueses dizendo como essa estimativa tem afetado a produção e os preços de leguminosas, frutas e verduras.
Rosalvino, feirante há 66 anos em Catalão e proprietário de um verdurão, destacou que o maior desafio para os pequenos agricultores é o custo da energia elétrica. Segundo ele, muitos produtores chegam a pagar até R$ 5 mil de energia, principalmente quando dependem de motores para sua produção. Além disso, a mão de obra escassa e cara, somada à falta de água, tem dificultado a produção de itens como alface, quiabo e abobrinha. Ele também causou o alto no preço do limão, que sofreu grande perda em empregos de São Paulo devido a incêndios.
Apesar das dificuldades, Rosalvino mantém a fé e acredita que, com a ajuda dos fregueses, os produtores irão superar esse período difícil. “Ser agricultor pequeno está se tornando uma tarefa custosa e, às vezes, desanimadora”, desabafou.
Já o freguês Carlos Salviano comentou que, apesar do longo período de estiagem, não sentiu grandes alterações nos preços de alguns produtos, como o tomate, que passou de R$ 10 para R$ 5,99. Ele destacou que o preço dos itens varia conforme a época e que alguns produtos, como o pepino e o tomate de Catalão, têm valores mais resultados.
Lucas Rosa, feirante de longa data, afirmou que o período de seca afeta principalmente produtos como o limão, a laranja e a mexerica. Ele ressaltou que, embora muitos produtos tenham aumentado de preço, outros, como o tomate, a cenoura e o repolho, estão em abundância e com preços baixos. “Tem muito tomate e especial sendo descartado porque não compensa nem colher”, disse.
O feirante Everson, que trabalha na feira há 15 anos vendendo leite, também sentiu o impacto da seca. Ele relatou que as vendas caíram cerca de 30% e que o custo da ração para alimentar o gado aumentou R$ 4 por saco. “O leite arrecadou apenas R$ 0,10 por litro, mas a produção é muito difícil sem pastagem”, explicou.
A esperança de todos os entrevistados é que as chuvas retornem em breve para aliviar a situação dos produtores e evitar mais prejuízos.
Escrito e publicado por: Badiinho Moisés