A Polícia Federal revelou, nesta quinta-feira (13), que traficantes internacionais de drogas fraudaram o programa Farmácia Popular para obter entre R$ 60 mil e R$ 90 mil mensais. Antes da fraude, essas farmácias recebiam até R$ 5 mil por mês. O esquema envolvia vendas fictícias de medicamentos, sem que os clientes indicados recebessem os produtos. Além disso, os criminosos utilizaram dados de consumidores sem consentimento.
Como Funcionava o Esquema
A investigação da Polícia Federal apontou que os envolvidos compravam cocaína da Bolívia, Colômbia e Peru para revender no Entorno do Distrito Federal. Para financiar o tráfico, adquiriam farmácias cadastradas no Farmácia Popular e fraudavam notas fiscais. O grupo seguia os seguintes passos:
- Comprava farmácias que haviam encerrado suas atividades, mas ainda estavam cadastradas no programa;
- Alterava a estrutura societária das empresas, muitas vezes vinculando-as a terceiros;
- Contava com um intermediário para viabilizar as alterações junto aos órgãos públicos;
- Inflava o volume de vendas de medicamentos na modalidade gratuita ou subsidiada;
- Recebia os pagamentos indevidos e utilizava métodos para ocultar os beneficiários reais.
Investigação e Operação Policial
A Polícia Federal iniciou as investigações em 2022, após prender duas pessoas em flagrante por transporte de cocaína. A droga seria entregue a um grande traficante de Luziânia, que chegou a ser candidato a vereador nas eleições municipais de 2024.
Ao rastrear as movimentações financeiras dos suspeitos, a polícia identificou uma rede complexa que ocultava a origem do dinheiro ilícito. Com base nas provas, na terça-feira, a PF cumpriu 106 mandados em Goiás, Distrito Federal, Paraíba, Mato Grosso, Acre e Minas Gerais, visando desarticular a organização criminosa.
Mandados Cumpridos
A operação resultou na execução das seguintes medidas:
- 6 mandados de prisão;
- 26 mandados de busca e apreensão;
- 28 medidas restritivas de direitos;
- Sequestro de bens móveis e imóveis;
- Bloqueio de mais de R$ 39 milhões dos investigados.
A Polícia Federal segue investigando outros possíveis envolvidos no esquema e reforça a importância da fiscalização rigorosa no uso de recursos públicos.
Com informações do G1 Goiás