Escrito por: Karina Ribeiro – O popular
Às vésperas de entrar em vigor a nova determinação do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), que obriga todos os veículos a portar extintor de incêndio categoria ABC a partir de quinta-feira, 1º de janeiro, as vendas nas lojas especializadas aumentaram em mais de 50%. Quem for pego sem o novo extintor pagará multa de R$ 127,69, terá cinco pontos na carteira e o veículo ficará retido até que a situação seja regularizada..
Mas nem todos consumidores precisam trocar o equipamento. Isso porque veículos fabricados desde 2005 já saem de fábrica com o modelo ABC. O proprietário da Universal Extintores, André Luiz da Silva, explica que, não raro, consumidores buscam trocar o produto mesmo sem necessidade. “Os motoristas estão sem instrução e acham que todos precisam trocar o equipamento, mas não é verdade”, afirma.
Um deles é o aposentado Manoel Bueno de Paula. O veículo Onix, ano 2014, não tem nem 3 mil quilômetros rodados e já iria parar em uma loja especializada de extintores para fazer a troca do produto. “Vou trocar em breve, todo mundo tem, não é?”, questionou. Depois de informado, verificou que a data de vencimento do extintor tipo ABC é somente no primeiro semestre de 2019. “Agora fiquei tranquilo”, diz.
“Já mandei dois (motoristas) para casa hoje que estavam com o extintor dentro das normas mas não sabiam”, afirma o proprietário da Exato Extintores, José Luiz da Silva. Segundo ele, a tendência é que alguns modelos comecem a faltar nos próximos dias.
ATENÇÃO
Para saber se o extintor veicular precisa ser trocado, o condutor deve ficar atento a alguns detalhes (veja quadro). O primeiro é verificar qual o tipo de equipamento. Nos veículos mais antigos, anterior ao ano de 2004, o extintor utilizado é o BC. Nestes casos, necessariamente, precisa ser trocado.
Esse é o caso do motorista Ailton das Chagas. Ele comprou recentemente uma Parati ano 1992 e está atento ao prazo para se adequar à regulamentação. “Estou fazendo uma reforma na parte interna do carro, mas já vou olhar a questão do extintor”, diz.
CARROS NOVOS
Os carros fabricados a partir de 2005 já saem de fábrica com o extintor veicular do tipo ABC. Nestes casos, o condutor não precisa se preocupar com o tipo do produto, mas deve ficar atento ao prazo de validade. Essa informação está impressa no rótulo do produto. “Se esta informação estiver rasurada ou arranhada, o motorista pode observar a data de fabricação do extintor marcado no fundo do equipamento”, diz José Luiz. O prazo de validade é de cinco anos após a data de fabricação.
Vale lembrar que o novo modelo é descartável, ou seja, não pode ser recarregado. A reportagem do POPULAR apurou que o extintor de 1 quilo, próprio para veículos de passeio, custa entre R$ 60 e R$ 90, dependendo da região e da marca.
FRAUDE
Funcionários de algumas lojas especializadas, que não quiseram se identificar, alertam que o consumidor deve ficar atento a algumas fraudes do mercado para não comprar produto vencido ou próximo da data de vencimento.
“O consumidor deve ficar atento a produtos com preços abaixo dos de mercado”, diz um funcionário. Ele explica que este pode ser um indício de que há algo errado com o produto. Na prática, alerta, os rótulos da data de vencimento podem ser alterados. “Para não cair no golpe é só comparar a data do rótulo com a da fabricação marcada no fundo do extintor e verificar se somam cinco anos”, ensina.
SEGURANÇA
Na avaliação do capitão do Corpo de Bombeiros Rodrigo Ferreira da Silva, o extintor tipo ABC é mais eficiente já que consegue apagar início de incêndio em estofados e nas partes plásticas do veículo. “Mas em todo caso tem de agir no início, já que a quantidade de pó químico é limitada”, afirma.
Em caso de princípio de incêndio, recomenda desligar o veículo, direcionar o jato do extintor na base do fogo e descarregar todo o material químico. “Uma vez acionado, ele precisa ser descartado”, lembra.
