Marcelo Mendonça fala sobre acidente na Coacal
Convidamos o professor Marcelo Mendonça, atual secretário de Meio Ambiente da cidade de Catalão, para falar sobre o vazamento de amônia que aconteceu no inicio da manhã da ultima terça-feira, 30, na Cooperativa Agropecuária de Catalão (Coacal). Foi a terceira vez que um acidente do tipo aconteceu na cooperativa.
Qual foi a atuação da Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Catalão (Semmac) diante do acidente?
M.M: Soubemos do episódio por volta das 7h30 e enviamos imediatamente uma equipe de engenheiros químicos para o local. O Corpo de Bombeiros já estava na cooperativa. Nossa maior preocupação naquele momento era com a segurança, não só dos trabalhadores da Coacal, mas dos moradores vizinhos, especialmente com os que residem na direção do Bairro São João, para onde o vento soprava.
O vazamento ocorreu na entrada de um dos compressores. Quando chegamos, um técnico da Coacal já estava jogando água no local do vazamento para evitar a propagação do gás. Naquele dia, os técnicos da Semmac ficaram o dia todo na cooperativa, isolaram a área e não havia identificaram o engenheiro responsável pela unidade. A Coacal informou que o engenheiro responsável é de um município vizinho, que não chegou até o final da tarde.
Isso é permitido? Ou a empresa é obrigada em ter um engenheiro químico à disposição em tempo integral?
M.M: O engenheiro responsável não precisa estar na unidade o tempo todo, mas, obviamente, em um caso desses ele precisava comparecer. Além disso, é de responsabilidade do engenheiro o processo de manutenção e orientação quanto ao uso dos equipamentos.
Nossa equipe se deslocou novamente à cooperativa, mesmo porque, o Ministério Público nos solicitou um relatório contundente do ocorrido.
Que providências a Semmac tomou?
M.M: Primeiro, nos colocamos a par da ocorrência pelo relato do Corpo de Bombeiros. Posteriormente, isolamos a área e exigimos a cópia do plano de manutenção do circuito de refrigeração e a cópia do laudo técnico que é emitida pelo engenheiro responsável. A cooperativa tem cinco dias para nos apresentar os documentos, a contar a partir da data do acidente.
O que mais nos preocupa é a saúde dos vizinhos e comerciantes da região. Temos que zelar não só pelo meio ambiente, mas pela saúde das pessoas. A prefeitura já recebeu notificações dessas pessoas pedindo providências para que a Coacal seja transferida do bairro.
Secretário de Meio Ambiente Marcelo Mendonça
Qual a sua avaliação do acidente?
M.M: Primeiro, considero que temos que tirar lições de problemas como esse. A cooperativa já existe há quase cinquenta anos e é uma organização de extrema importância para nosso município e para a região. Ela recebe leite de inúmeros produtores e sabemos da sua importância na distribuição de renda, geração de empregos e geração de impostos para o nosso município. Mas, é necessário que a empresa se adéque às novas demandas. Isso implica em planejar o deslocamento da unidade para uma área mais adequada, como a próxima ao DIMIC. A Coacal já dispõe desta área, embora ainda falte infraestrutura para que ela possa se instalar naquele local. Acho que esse é um momento oportuno para fazemos um debate qualificado com a sociedade, o poder público, o Ministério Público, o judiciário, bem como com os representantes do empresariado para discutirmos exatamente o planejamento urbano.
Por: Badiinho Filho
Foto: Badiinho