A ordem é parar geral, e assim os caminhoneiros da cidade de Catalão fizeram, bloquearam vários trechos da BR 050, com concentrações nos Posto Mangueiras, JK e Posto Comboio fazendo com pátios. Há outros pontos como entradas de mineradoras, onde estão realizando as suas concentrações. Os motoristas estão sendo orientados a estacionarem nos pátios de postos, como no Posto JK, Posto Comboio e no DIMIC.
Até às 15 horas de ontem, caminhoneiros de pelo menos 17 estados já teriam aderido a greve. Porém, a Petrobras debocha da cara dos brasileiros, e principalmente dos trabalhadores autônomos do transporte, ao anunciar ontem um novo aumento nos preços do diesel (o,97) e gasolina (0,9). Talvez quem está fazendo as contas para a Petrobras, elevando os preços da gasolina e do diesel, não tenha ainda o tamanho da confusão que ele está arrumando para o país, ou melhor dizendo, não está informado o bastante para saber que os caminhoneiros do Brasil estão muito mais organizados do que eles pensam, e desta vez, eles não estão com brincadeira, e as consequências desta paralisação serão sentidas imediatamente.
“A nossa reivindicação é baixa imediatamente da carga tributária do combustível, do jeito que está, subindo 58% desde quando começou esse aumento. A gente está pedindo a PL 528, onde a gente o mínimo de frete a praticar, o eixo suspenso que o pedágio cobra, que eu acho que se não está usando não deveria ser cobrado, e o marco regulatório, que é o que vai fiscalizar tudo isso. Então a gente chegou em uma situação, onde a gente não pode mais trabalhar, o governo está tirando a nossa dignidade que é o trabalho, e estamos nessa paralisação, fortalecendo o Sindicato aqui, que o Siditac da base de Catalão. Estou aqui representando o nossos companheiros, e iniciamos a paralisação às 06 horas da manhã (segunda 21/05), não tendo horário e nem dia para terminar, pois enquanto o governo não assinar o decreto, nós não vamos voltar a trabalhar”, disse Wallace Landim em entrevista ao repórter Gustavo Marinho da TV Sucesso Catalão, afiliada da Rede Record.
Sobre os últimos cinco reajustes, Wallace disse o seguinte: “Hoje eu vou ser sincero para você, eu acho que não somente para mim, mas também para os outros companheiros que estão aqui, hoje nós não temos condições de manter nossas famílias, chegamos numa situação que o frete não comporta o aumento que teve do combustível, a gente não consegue manter o nosso patrimônio, uma coisa que a gente gosta e ama. Eu tenho entre 18 e 19 anos que estou atuando no transporte, eu sou apaixonado por caminhão, eu gosto, tudo que eu tenho foi caminhão que deu, mas hoje a gente chegou em uma situação que a gente está falindo, desabafou.
Sobre a paralisação dos caminhoneiros, Wallace Landim explicou que eles estão orientando todos os motoristas, a procurarem um local adequado para ficarem, pois eles (manifestantes) estão tentando fazer uma manifestação pacífica e ordeira. “Nós caminhoneiros estamos dando a cara a tapa, pedindo um benefício que é para toda população, e pedimos essa mesma população que venha junto com a gente neste movimento, porque onde a gente está, não conseguimos mais sobreviver”.
Segundo, Wallace Landim que ajuda a organizar a paralisação na cidade de Catalão, cerca de 600 caminhoneiros estavam parados no primeiro dia de manifestação, porém não teve como dar um número preciso, já que muitos estão parados em lugares diferentes. , também fez um alerta aos condutores que insistirem em rodar, caso eles optem em não parar, estarão sob responsabilidade deles, conta e risco deles, pois existem outros pontos de paralisações e não se pode garantir nada.
Hoje pela manhã nossa produção conseguiu falar com Wallace Landim, que informou que mais de 300 caminhoneiros estavam em frente ao Dimic, e seguiam com protestos no trevo do Adubos Araguaia e na porta Rifértil. Logo mais, novos posts sobre a paralisação nacional dos caminhoneiros contra os reajustes abusivos e excessivos nos combustíveis.
Vejam algumas matérias do O Popular relacionadas ao novo reajuste nos preços da gasolina e diesel e também paralisação dos caminhoneiros em Goiás:
Petrobras anuncia novo reajuste para o diesel e a gasolina; o 11º aumento em 17 dias
Os preços do diesel e da gasolina voltam a subir nas refinarias a partir de hoje (22). Segundo informações do site da Petrobras, a gasolina subirá 0,9% e o diesel 0,97%. Com a alta, o preço da gasolina passará a custar R$ 2,0867, enquanto o do óleo diesel sobe para R$ 2,3716.
Este é o 11º aumento do preço da gasolina nos últimos dezessete dias. A exceção ocorreu entre os dias 12 e 15 deste mês, quando a estatal interrompeu a sequência de altas ao manter o preço da gasolina em R$ 1,9330, e entre os dias 19 e 21 quando os preços passaram para R$ 2,0680. Ao longo do mês de maio, o preço da gasolina subiu 16,07%.
O produto iniciou o mês custando R$ 2,0877 na porta das refinarias, sem a incidência de impostos, e passará a valer a partir da meia-noite de hoje R$ 2,0867, contra os R$ 2,0680 que vigora desde o último aumento, no sábado passado (19).
Já o óleo diesel, que aumentará 0,97%, acumula alta de 12,3% desde o dia 1º de maio. Com o último aumento, o preço do produto passará de R$ 2,3488 – preço que passou a valer também no último sábado – para R$ 2,3716. É o sétimo aumento consecutivo do produto.
A Petrobras rebate as criticas às altas constantes dos derivados a atribui as elevações de preços às oscilações do preço do barril do petróleo no mercado externo. Segundo a estatal, “os combustíveis derivados de petróleo são commodities e têm seus preços atrelados aos mercados internacionais, cujas cotações variam diariamente, para cima e para baixo”.
Segundo a companhia, a variação dos preços nas refinarias e terminais é importante para que a empresa possa competir de forma eficiente no mercado brasileiro.
Protestos fecham 12 rodovias em Goiás, ameaçando com escassez de produtos
O protesto iniciado nesta segunda (22) pelos caminhoneiros autônomos em todo o País pode afetar o consumidor, em breve, por meio da falta de produtos. Goiás foi um dos Estados com mais protestos, quando os manifestantes queimaram pneus e impediram a passagem de caminhões nas principais rodovias e na porta das distribuidoras de combustíveis em Senador Canedo. Por isso, se a situação não for revertida, pode começar a faltar combustível nos postos, o que dificultaria ainda mais o transporte de mercadorias pelo País.
Os protestos ocorreram em 18 estados e 12 trechos de rodovias goianas. Os caminhoneiros pedem a redução ou isenção de impostos que incidem sobre a venda do diesel. Eles querem que o governo zere a alíquota do PIS e Cofins, dê isenção da Contribuição de Intervenção do Domínio Econômico (Cide) e promova mudanças na política de reajustes diários da Petrobras. Outra reivindicação é a aprovação do Projeto de Lei 528, que prevê um valor mínimo para o frete, pago pelas empresas.
Eles reclamam que os impostos representam quase metade do valor do diesel nas refinarias. O presidente do Sindicato dos Caminhoneiros Autônomos de Goiás (Sindicam), Vanderli Caetano, afirma que o combustível já consome 75% do valor do frete. Segundo ele, hoje o custo de um caminhão bitrem que percorre 400 quilômetros é de R$ 76 por tonelada, mas as transportadoras só pagam R$ 63. “Estamos pagando para trabalhar. A situação ficou insustentável”, afirma o sindicalista.
O presidente da Associação de Proteção aos Transportadores do Brasil (Aproteb), Amim Oliveira, defende o movimento, mas adverte que ele pode ter consequências graves para a economia, como a morte de aves transportadas pelas estradas. Ele acredita que os demais motoristas devem aderir ao protesto porque o aumento de combustível afeta todos. “Greve de caminhões é algo perigoso e os órgãos competentes precisam agir logo para evitar prejuízo à população”, diz. Para Amim, o aumento do frete não é a saída, pois afetaria toda população. Mas ele acredita que este movimento está mais forte que anteriores, pois lugares onde nunca houve manifestação, agora estão participando. “O movimento não pode recuar, caso contrário o preço do combustível continuará subindo”, afirma.
O presidente do Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas e Logística de Goiás, Paulo Afonso Lustosa, diz que só o anúncio do protesto já deixou as empresas receosas em colocarem seus veículos nas ruas por medo da insegurança. Segundo ele, a maioria das empresas trabalha com autônomos, por isso a manifestação tem reflexo direto em suas operações. “Mas a política de reajustes diários precisa ser repensada. Os aumentos precisam de uma periodicidade bem maior para que as empresas possam se planejar”, alerta. Ele não descarta a possibilidade de falta de produtos, começando pelos combustíveis.