Depois de sofrer com falta de combustível em virtude da paralisação dos caminhoneiros, os motoristas terão mais um motivo para ter dor de cabeça nos próximos dias: o preço da gasolina deve subir mais. É que a Secretaria Estadual da Fazenda atualizou o valor da pauta dos combustíveis, valor médio de venda usado como referência para o cálculo do ICMS. Com isso, o valor do imposto sobre a venda de gasolina, que passa a valer amanhã, subirá mais R$ 0,05, o que se refletirá diretamente no preço da bomba.
Com isso, o litro da gasolina pode passar dos R$ 5 em alguns postos. O novo valor da pauta vem se somar a um reajuste de R$ 0,15 feito nas distribuidoras, no início desta semana. De acordo com o Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo (ANP), o preço em algumas companhias passou de R$ 4,24 para R$ 4,39, por causa da redução da mistura de etanol anidro, que caiu de 27% para 18%, conforme autorizado pela Agência Nacional de Petróleo (ANP).
A medida foi tomada para reduzir os reflexos da paralisação dos caminhoneiros, que impediu o transporte de etanol até as distribuidoras, reduzindo os estoques. Na semana passada, o preço do etanol anidro também subiu de R$ 1,62 para R$ 1,80 nas usinas goianas.
Além disso, a Petrobras anunciou mais uma elevação no preço da gasolina nas refinarias, que subirá 0,74% a partir de hoje, passando de R$ 1,9526 para R$ 1,9671. “Apesar de tudo isso, ainda não é possível saber como será o comportamento dos preços, pois dependerá de como os donos dos postos irão repassar isso, o que também depende muito da concorrência”, diz o presidente do Sindiposto, Márcio Andrade.
A nova pauta da gasolina se refere ao preço médio praticado na primeira quinzena de maio, antes da alta dos preços por causa da paralisação dos caminhoneiros. Isso significa que o próximo levantamento, referente à segunda quinzena do mês, pode elevar ainda mais o valor do ICMS sobre a gasolina e, consequentemente, o preço nas bombas. “A Sefaz tem que encontrar alguma forma de equalizar isso para reduzir o impacto do aumento num período de crise”, alerta Márcio Andrade.
A pauta do ICMS sobre os combustíveis é atualizada quinzenalmente, conforme o convênio com o Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz), com exceção do óleo diesel, que terá uma pauta mensal em virtude de deliberação do último dia 29 de maio, em virtude dos pleitos dos caminhoneiros. Sobre o levantamento do valor referencial utilizado na segunda quinzena de junho, embora haja a necessidade de publicação até o dia 10 de cada mês, a Sefaz informou que avalia a melhor forma de apuração, visando evitar que a elevação atual dos preços, em virtude da paralisação dos caminhoneiros, majore a pauta.
USINAS
Atendendo a uma solicitação das indústrias fabricantes de etanol, a Secretaria da Fazenda (Sefaz) facilitou procedimentos para que as usinas entreguem o etanol diretamente nos postos de combustíveis. A instrução normativa 1401 foi assinada ontem pelo secretário da Fazenda, Manoel Xavier, estabelecendo a sistemática da remessa de etanol hidratado da usina diretamente para os postos.
O objetivo foi agilizar a entrega do produto nos municípios próximos às usinas, que estavam totalmente desabastecidos. O presidente do Sindicato da Indústria de Fabricação de Etanol no Estado de Goiás (Sifaeg), André Luiz Rocha, disse que a medida ajudou a reduzir os reflexos da paralisação, que deixou o etanol preso nos bloqueios dos caminhoneiros nas rodovias.
Outro apoio, segundo ele, foram os comboios das forças de segurança, que desde a última terça-feira estavam ajudando a levar óleo diesel para viabilizar a produção nas usinas e a transportar etanol anidro e hidratado para as distribuidoras.
Escrito por: Redação/Fonte: Jornal O Popular
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