Baixe o aplicativo e tenha uma ferramenta que o ajuda não só a economizar na hora de abastecer como também permite fiscalizar as irregularidades nos preços de combustíveis. Esse foi o convite feito ao consumidor goiano na última terça-feira (25/9), pelo Ministério Público e a Universidade Federal de Goiás (UFG), no evento de lançamento do aplicativo Olho na Bomba, voltado para dispositivos móveis. Concebido num projeto conjunto pelas duas instituições, a ferramenta traz uma série de funcionalidades que auxiliam o consumidor em seu processo de compra de combustível e também contribuem para o sistema de fiscalização e combate a abusos e irregularidades nesse mercado.
Com o aplicativo, o usuário poderá se localizar em um mapa GPS e identificar os postos de combustíveis que estão ao seu redor e seus respectivos preços. Poderá, ainda, traçar rotas para qualquer destino do Estado de Goiás e receber informações sobre os postos existentes no caminho, com destaque aos preços mais baixos e mais altos. Outras funcionalidades, como escolha de postos favoritos e visualização de preços em forma de lista por cidades, também constarão da ferramenta.
Caso o consumidor constate divergência entre o preço apresentado no aplicativo e aquele efetivamente cobrado, poderá também realizar denúncia pelo Olho na Bomba, que estará habilitado a ler o QRcode da nota fiscal para compará-la com o preço informado pelo estabelecimento ao MP-GO. O download do aplicativo é gratuito e está disponível para os sistemas operacionais iOS e Android desde a manhã de ontem, terça-feira (25).
Todas essas funcionalidades disponíveis no app foram detalhadas na apresentação feita no evento pelo coordenador do Centro de Apoio Operacional do Consumidor e Terceiro Setor, promotor Rômulo Corrêa de Paula, idealizador do Olho na Bomba, e pelo professor Marcelo Quinta, do Instituto de Informática da UFG, que coordenou o projeto na universidade. Ambos procuraram explicar, de forma simples e didática, como utilizar bem o aplicativo e usá-lo a favor do consumidor.
Coube a Rômulo Corrêa explicar a funcionalidade das denúncias. Ele observou que, da forma com que foi pensado o app, ele dá poder ao próprio consumidor de apontar as irregularidades e relatá-las diretamente ao MP, com o envio da imagem do QRcode da nota fiscal, o que gera uma segunda via do documento para verificação da instituição. “Essa ferramenta (o Olho na Bomba) é uma plataforma única que consolida e expõe os preços cobrados em todos os estabelecimentos revendedores de combustíveis de Goiás. E ela, a um só tempo, concretiza, para o consumidor o direito de informação e de escolha, bem como cria, para o Estado, um banco de dados contendo o histórico de preços, o qual, agregado a uma ferramenta de análise, poderia detectar condutas anticoncorrenciais e abusivas praticadas pelos fornecedores”, pontuou o promotor.
Obrigação legal
O coordenador do CAO, ao fazer o resgate de todo o processo de elaboração do aplicativo, ressaltou como um de seus diferenciais o fato de os postos serem obrigados a comunicar ao MP, pela plataforma do Olho na Bomba, eventuais alterações de preços nos combustíveis, o que só foi viabilizado com a entrada em vigor da Lei Estadual nº 19.888/2017. Neste sentido, enfatizou ter sido essencial o apoio do governo do Estado, que enviou o projeto de lei, e da Assembleia Legislativa, que aprovou a norma.
O promotor também destacou o caráter inovador do aplicativo, que sinaliza uma sintonia do MP com os tempos modernos, em que a principal ferramenta de acesso digital da população brasileira é o smartphone. “É uma nova tendência do Ministério Público, de estar atento aos avanços tecnológicos em busca de melhorias para a sociedade”. E reforçou a amplitude do seu alcance para a população, já que as informações do app abrangem os postos de combustíveis de todo o Estado.
Cidadania
A preocupação em atender aos interesses da população e de estar a serviço da melhoria das condições de vida da comunidade foi um ponto ressaltado também nas falas do procurador-geral de Justiça, Benedito Torres Neto, do professor Marcelo Quinta e do secretário de Projetos Especiais da UFG, Manoel Rodrigues Chaves. Benedito Torres enfatizou que sempre defendeu que um MP social, que tenha como foco trabalhar para melhorar a vida do cidadão. “Esse projeto é um instrumento que vai colaborar para o alcance da cidadania”, reiterou.
Como coordenador do projeto na UFG, Marcelo Quinta enfatizou a oportunidade que ele representou de poder se engajar em algo com propósito, em uma iniciativa que pode significar melhoria na realidade da população. Conforme observou, esse tipo de projeto implica não apenas uma possibilidade de aprendizado e produção de conhecimento para a universidade, mas resulta em um retorno social do investimento feito pela sociedade numa instituição de ensino.
Ao falar um pouco da parte técnica do projeto, o professor explicou que a ideia é torná-lo acessível a todos. Assim, foi pensado um aplicativo leve (3MB no sistema Android), que pudesse ser “baixado” em qualquer tipo de smartphone. E fez um convite ao público: “Usem essa ferramenta não com o propósito pessoal, mas como um instrumento de cidadania. E critiquem, façam sugestões, ajudem a aprimorá-la”.
Fiscalização
Já a superintendente do Procon Goiás, Darlene Costa Azevedo Araújo, sublinhou que o aplicativo terá impacto decisivo nas atividades de fiscalização, já que permitirá suprimir etapas nesse processo, a partir do envio do QRcode da nota fiscal pelo denunciante. Isso porque, antes, era necessário, a partir da denúncia, ir ao local apontado, fazer um auto de constatação e só depois a autuação do estabelecimento. Agora, com o app, já é possível essa autuação direta, o que vai simplificar o processo, facilitar o trabalho dos órgãos de controle e ampliar o alcance da atuação do Procon para todo o Estado.
“Essa ferramenta é um marco na história. Agora, é vida nova para a fiscalização”, salientou Darlene, anunciando que está sendo viabilizado um convênio para possibilitar que os cerca de 30 Procons municipais possam atuar também nesta esfera.
Campanha
No evento, também foi feito o lançamento da campanha publicitária de divulgação do aplicativo, concebida pelo CAO Consumidor e a UFG com o apoio e assessoramento do Núcleo de Publicidade e Marketing da Assessoria de Comunicação Social (Ascom). O chefe do núcleo, Wesley César, mostrou algumas das peças, que serão divulgadas em TVs, rádios, internet, redes sociais e, agora, também em cinemas.
Ainda como uma inovação na estratégia de publicidade, o MP mobilizou um grupo de influenciadores digitais para ampliar o alcance da divulgação do aplicativo. A ideia é que a notícia do app chegue ao usuário por meio das redes sociais desses influenciadores. Assim, o CAO Consumidor e a UFG entregaram no evento certificados esse grupo em reconhecimento ao apoio prestado.
Humor e música na divulgação
Um dos momentos mais descontraídos do evento foi a apresentação do personagem Benzeno, criado também como uma estratégia publicitária para o aplicativo. Numa encenação do comediante Nikolas Adami, o personagem divertiu o público, com seu jeito direto e informal de frentista, dando o recado sobre a importância da utilização do Olho na Bomba.
A programação contou ainda, na recepção ao público, com uma apresentação musical do grupo Chama Q Noix.
Escrito por: Redação/ Ana Cristina Arruda – Fotos: João Sérgio/Assessoria de Comunicação Social do MP-GO)