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Valor pago pelo SUS faz crescer fila de espera para cirurgias do coração em crianças e adultos em Goiás

135 adultos e 48 crianças aguardam por cirurgias cardíacas pela rede pública em Goiás. Foto: Reprodução/TV Anhanguera  

Matéria levada ao ar no Jornal Anhanguera 1ª Edição da última terça-feira, 20 de novembro, mostrou um levantamento junto a hospitais, apontando que pelo menos 135 adultos e 48 crianças aguardam por cirurgias cardíacas pela rede pública em Goiás. O motivo, segundo médicos, é o valor pago pelo Sistema Único de Saúde pelas operações, pois é menor do que se gasta para se fazer o procedimento. O Ministério da Saúde nega defasagem.

“Se não regularizar o serviço, gente vai morrer, infelizmente”, afirma o cirurgião cardiovascular Wilson Luis da Silveira, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular e diretor da Cooperativa dos Cirurgiões do Estado de Goiás.

Doze hospitais em Goiás são credenciados ao SUS para a realização de operações cardíacas, sendo oito em Goiânia. Especialista no tratamento de crianças, a médica Mirna de Sousa afirmou que 321 crianças foram operadas no Hospital da Criança em 2017. Já neste ano, até outubro, ocorreram 126 procedimentos.

 

“Crianças estão perdendo a vida por doenças tratáveis, que tem cura, e isso é revoltante, inadmissível”, lamenta Mirna.

Segundo Wilson, o estado registra 95 mil nascimentos por ano e, se 10 a cada 1 mil nascem com alguma cardiopatia, são 950 crianças por ano, sendo que 70% delas requerem tratamento cirúrgico, ou seja, 665. “Se considerarmos que 30% dos pacientes têm convênio, resta 465 do SUS. Pelos números, esse ano vamos operar 220 pacientes mais ou menos”, calcula.

Emanuel Vinícius, de 3 anos, espera há um ano por uma cirurgia no coração em Goiânia — Foto: Reprodução/ TV Anhanguera

Entre as crianças que estão à espera de cirurgia no coração está Emanuel Vinícius Batista Carvalho Coutim, de 3 anos. A mãe dele, Lidiovani Batista, conta que o filho está com as veias do coração dilatadas e aguarda pelo procedimento há um ano.

“Meu Deus, quando vai ser e, até lá, o que vai acontecer com o meu filho, como ele vai ficar, será que vai ficar bem, será que vai passar mal de uma hora para outra? Sentimento que a gente tem por dentro é revoltante”, afirma Lidiovani.

O que diz o MS

Em nota, o Ministério da Saúde informou que “realiza periodicamente adequações na Tabela SUS, conforme prioridades estabelecidas e a partir de estudos técnicos” e que, desde 2010, mais de 1 mil procedimentos tiveram o valor reajustado.

O órgão afirmou que “recursos federais estão em dia para todo o Brasil” e que a gestão do SUS, conforme a Constituição Federal, é compartilhada entre a União, estados e municípios: “Os municípios são responsáveis pela execução dos serviços, por complementar o financiamento e pela organização da rede de assistência. São cerca de R$ 260 bilhões por ano investidos no setor, sendo que a participação da União representa o maior percentual (43%), seguida dos municípios (31%) e estados (26%)”.

Em relação aos valores pagos para cirurgias cardíacas, a Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia informou, em nota que os valores são definidos e repassados pelo Ministério da Saúde.

Escrito por: Redação – Portal G1/Goiás

Badiinho Filho
Badiinho Filho
Blogueiro há 15 anos, proprietário da empresa Badiinho Publicidades, e também repórter de rádio e televisão na emissora Cultura FM 101,1, em Catalão-GO.

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