Reeleito presidente do MDB goiano pela unanimidade dos votos na convenção realizada neste sábado (19), o deputado federal Daniel Vilela reafirmou a independência do partido com relação ao governo do Estado e avaliou que a eleição do novo diretório consolidou a sigla como a grande força de oposição no Estado. “Tenho certeza que a eleição de hoje desta chapa consolida esta posição do MDB como o antagonista (ao governo do Estado) nas eleições de 2020”, afirmou o presidente reeleito.
Daniel obteve todos os 138 votos que foram conferidos nas urnas no diretório. A eleição contou com lideranças de todas as regiões do Estado, que manifestaram o apoio ao novo diretório encabeçado por Daniel e também a postura de independência da sigla com relação ao governo do Estado. Depois de tentar barrar a convenção na Justiça, a ala do partido que apoia o governo estadual não apresentou chapa e nem compareceu no evento.
Daniel disse após o resultado da votação que ali se reunia o MDB autêntico, que não usava o partido para buscar cargos no governo e que seguia de cabeça erguida. “Não ganhamos as eleições, mas permanecemos de cabeça erguida pela consistência e qualidade do nosso projeto. Não aderimos a um caminho fácil de buscar o poder pelo poder e hoje acredito que muitos dos senhores e das senhoras aqui presentes, que foram convictos e leais no processo eleitoral, estão de cabeça erguida muito mais do que aqueles que não seguiram o partido”, afirmou Daniel. “Não adianta estar num projeto que a gente não acredita. O que vale na nossa vida é nossa coerência, nossa consciência e nossa convicção”, completou.
A convenção do MDB, realizada das 8h00 até às 13h00, contou com centenas de dirigentes partidários e militantes de dezenas de municípios do Estado. Um dos primeiros a chegar para a votação foi o prefeito de Goiânia, Iris Rezende, que em entrevista elogiou o trabalho de Daniel à frente do diretório e evitou polemizar sobre a insatisfação da ala dos divergentes.
Iris frisou que seu trabalho como gestor público é em busca do melhor para a população e disse que as divergências são naturais no processo político. Defendeu que os ânimos se acalmem e que se busque o entendimento no partido.
Questionado em entrevista se vai buscar algum tipo de punição aos dissidentes, Daniel lembrou que o Conselho de Ética do MDB é independente – os membros inclusive não podem integrar o diretório – e que têm autonomia em seus atos. Destacou que, pessoalmente, não fará qualquer gesto que vise punir os infiéis do partido. “São águas passadas e eu estou pensando é no nosso futuro”, afirmou.
Eleições
As lideranças do MDB presentes ao evento defenderam que o partido agora faça um trabalho focado nas eleições municipais de 2020, buscando novas filiações e o fortalecimento dos nomes da sigla que têm interesse em disputar cargo de prefeito, vice ou vereador. Daniel contou que tem sido procurado por líderes de diversos partidos que têm interesse em se filiar, por entenderem que a sigla terá um papel de protagonismo como oposição nos próximos anos.
A posição do presidente reeleito do MDB de criticar a morosidade do governo Caiado, que tem focado unicamente em reclamar da herança dos governos anteriores, sem apontar possíveis caminhos para a solução, gerou diversos elogios dos militantes durante o evento. A avaliação geral é que Daniel deu o tom da oposição ao cobrar que o governo gaste mais energias nas soluções dos problemas imediatos, como o atraso do pagamento do funcionalismo e a inação dos órgãos estatais.
Daniel destacou que fará uma oposição responsável, sem críticas pessoais, e elogiou a trajetória política do governador. Disse, contudo, que o governo se equivoca ao apostar todas as fichas no enquadramento de Goiás no Regime de Recuperação Fiscal do governo federal. Para o presidente do MDB, a medida é drástica, pois engessa o governo, e uma aposta arriscada, diante da negativa das equipes de Brasília em aceitar a inclusão do Estado.
“Na campanha todos nós já sabíamos que o próximo governador herdaria muitas dificuldades e isto foi exposto intensamente durante todo o processo. Agora o que o atual governador tem que entender é que ele foi eleito para resolver esses problemas, pois ele disse que tinha a solução. Se eles não existissem e o Estado tivesse às mil maravilhas, talvez o ex-governador José Eliton é que teria sido reeleito”, afirmou Daniel.
Escrito por: Redação/Assessoria de Comunicação – MDB Goiás