O Reitor da Universidade Federal de Goiás, Edward Madureira, está convocando a comunidade universitária (docentes, discentes e técnicos-administrativos em educação) da UFG/Regional Catalão, para uma Assembleia Universitária, que acontecerá hoje, terça-feira (14), às 19h30, no Auditório Paulo Bastos Perillo do Campus da UFG de Catalão, onde serão discutidos o atual contexto político e econômico e a situação orçamentária e financeira da UFG.
Em Goiânia Assembleia Universitária reuniu mais de 5 mil pessoas
Mais de 5 mil pessoas estiveram presentes na Assembleia Universitária convocada hoje pela reitoria da Universidade Federal de Goiás, no Centro de Cultura e Eventos Professor Ricardo Freua Bufáiçal. O reitor Edward Madureira iniciou agradecendo a presença maciça de estudantes, professores e técnicos: “Nós somos uma das primeiras universidades a convocar uma assembleia universitária neste momento e essa grande participação nos enche de esperança”. Com a presença de representantes dos sindicatos de docentes (Adufg Sindicato) e de técnicos-administrativos (Sintifes), além de representantes dos estudantes da pós-graduação (APG) e graduação (DCE-UFG), o reitor realizou uma explanação com o objetivo de derrubar argumentos que estão sendo colocados contra a universidade.
Em uma apresentação com diversos números e estatísticas, ele desmontou falas segundo as quais a universidade é para as elites, sendo que 60% dos estudantes são de baixa renda e de que o Brasil investe muito em educação com relação ao PIB. Ao fazer o cálculo por estudante, esse discurso cai por terra. Também mostrou dados sobre como os recursos de investimento (novos prédios, equipamentos) têm caído ano a ano e como os recursos de custeio (utilizado para pagar terceirizados, energia, água, etc.) foram reduzidos, além do que significa o impacto dos 30% do corte nesses recursos.
Confira a apresentação dos dados na Assembleia Universitária
Edward também mostrou que a pós-graduação no Brasil está nas universidades públicas, especialmente as universidades federais. Mostrou cálculos demonstrando que retirar recursos das universidades não vai solucionar o problema do investimento na educação básica. Ainda ressaltou que, com o corte de recursos de 30% no custeio, a universidade não consegue se manter até o final do ano: “Nossos cálculos em diversas universidades demonstram que o recurso se esgotaria entre o final de agosto e início de outubro”, afirma.
A Assembleia Universitária tem caráter consultivo e objetivou ouvir a comunidade e também esclarecer dúvidas sobre os cortes. Trata-se de uma reunião da comunidade universitária, constituída pelos professores, estudantes e servidores técnico-administrativos em educação da Universidade. Com previsão no Estatuto da UFG, a Assembléia Universitária se reúne ordinariamente uma vez por ano, ou, extraordinariamente, quando convocada pelo reitor ou por requerimento da maioria dos membros do Conselho Universitário.
Para o reitor Edward, estamos vivendo um momento de disputa de narrativas e é imprescindível que estudantes, professores e técnicos conheçam os dados e informem a população sobre a realidade do que a universidade faz: “Somos mais de 300 mil trabalhadores entre professores e técnicos concursados e mais de 2,5 milhões de estudantes, temos só na UFG mais de 100 mil egressos e é com essa força que vamos impactar a sociedade, porque não há assunto que não possamos opinar e informar na mídia, não há problemas que não possamos buscar soluções e não podemos deixar que esse patrimônio seja colocado em risco.”
Abraço na universidade – E reitor propôs uma pausa na assembleia para realizar um abraço simbólico no Centro de Cultura e Eventos. O abraço se estendeu até o Centro de Convivência tamanha a participação no evento. O gesto tem um sentido simbólico e demonstra a disposição de todos em defender o patrimônio das universidades públicas.
Participação da comunidade – A estudante e membro do Diretório Central dos Estudantes da UFG, Luciana Rodrigues, convocou a todos para participar dos atos organizados no dia 15 de maio. Já o representante do Sintifes-Go, Fernando Mota, ressaltou a importância da unidade: “Essa unidade é necessária em defesa de nossas instituições. Precisamos superar as diferenças e mostrar para a sociedade os prejuízos desses cortes”, afirmou. Já o representante do Adufg Sindicato, Flávio Alves, convocou a gestão a priorizar gastos com pessoal e também ressaltou a necessidade de defender a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (Fapeg), que está ameaçada, colocando em risco a continuidade da pesquisa na universidade. O representante da pós-graduação (APG), Carlos Klein, também explicou que os estudantes estão se organizando para divulgar a pesquisa junto à sociedade, seja em eventos, praças e locais públicos. A vice-reitora, professora Sandramara Matias Chaves, também colocou a necessidade de superarmos as diferenças e defendermos as universidades. Além desses representantes, mais de 30 pessoas se inscreveram para falas.
Escrito por: Badiinho Filho/Fonte: Ascom UFG