Allan Pereira dos Reis, 22 anos, que estava preso desde a última terça-feira (18) como suspeito de matar a gerente de hipermercado Fernanda de Souza Silva, de 33 anos, foi encontrado morto em uma cela do Núcleo de Custódia, do Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia, na madrugada deste sábado (22). Ele confessou o homicídio da então namorada, realizado a pauladas e ainda a tentativa de esconder o corpo da vítima ao queimá-lo.
O assassino confesso estava detido em Bela Vista de Goiás até a sexta-feira (21), cidade em que Fernanda morava, mas foi levado para o Complexo Prisional e deixado em uma cela do Núcleo, sozinho. A Superintendência de Segurança Penitenciária (Susepe) da Diretoria – Geral de Administração Penitenciária (DGAP) informa que procedimentos internos foram abertos para apuração da morte do custodiado. “A Polícia Científica e a Polícia Civil foram acionadas, de imediato, e estiveram na cela onde ocorreu o fato para os trabalhos iniciais de investigação sobre o óbito”, informa a DGAP.
A suspeita é que Allan tenha cometido suicídio por enforcamento. O jovem foi preso ao tentar fugir, com documentos falsos, para o estado do Pará, depois de ter mantido contato com a família de sua vítima, se passando por ela e com o aparelho celular da mesma. Ainda assim, a Polícia Civil ia ouví-lo nesta semana para confirmar detalhes do caso, como a motivação do crime, a dinâmica do caso e se ele contou com a ajuda de algum comparsa na fuga.
Em primeiro momento, Allan teria dito que matou Fernanda em um acesso de raiva, quando ela teria falado que seus filhos eram bastardos. A Polícia também investiga quando teria sido o crime e por quanto tempo o carro da vítima ficou abandonado em uma mata de Bela Vista de Goiás, que possivelmente foi o veículo usado por Allan para sair do local. O corpo de Fernanda foi encontrado em uma mata entre Piracanjuba e Caldas Novas, no local indicado pelo assassino confesso.
O delegado responsável pelo caso, Antônio André Santos Júnior, afirmou que já tinha descoberto a motivação do caso antes da morte de Allan. O delegado ainda disse que “Acabou o caso”, é que é muito difícil, a partir de agora, conseguir identificar se houve a participação de outra pessoa no crime, como para ajudar Allan a sair da mata onde ele abandonou o veículo de Fernanda.
DELEGADO AFIRMA QUE MORTE DE GERENTE DE HIPERMERCADO FOI FEMINICÍDIO
A morte da gerente de hipermercado Fernanda de Souza Silva, de 33 anos, foi motivada por um acesso de ciúmes do seu então namorado Allan Pereira dos Reis, 22 anos, de acordo com o delegado responsável pelo caso, Antônio André Santos Júnior, titular da delegacia de Bela Vista de Goiás. Com isso, a Polícia Civil elucida mais um caso de feminicídio, afastando a hipótese de latrocínio.
Na primeira fala de Allan aos policiais, o jovem tinha dito que matou Fernanda após uma discussão com a namorada sobre os filhos que ele tinha a partir de relacionamentos anteriores, pois, segundo o assassino confesso, a gerente não gostava de crianças. O delegado Santos Júnior informa que, em respeito à memória da vítima, mesmo com a morte de Allan em uma cela do Núcleo de Custódia de Aparecida de Goiânia, é importante dizer que se tratava de uma pessoa que adorava crianças.
Para a elucidação do caso, Santos Júnior conversou com um colega de trabalho de Fernanda, que contou a história anunciada no dia 9 deste mês. Neste dia, Allan teria ido quase no final do expediente no local de trabalho da namorada com o veículo da mesma. Chegou a entrar no hipermercado, mas não comprou nada e voltou ao carro para esperar por ela. Cerca de 30 minutos depois, ao acabar a jornada de trabalho, ela saia do local com o colega do mesmo setor e Allan teve um acesso de ciúmes.
Em razão das folgas semanais de ambos, o colega de Fernanda só voltaram a se encontrar na quarta-feira. Ele disse ao delegado que a vítima estava triste e falou que o namorado não gostou da forma como ela havia sido tratada, como proximidade, pelo colega. Tanto que ele quanto o chefe de ambos perceberam uma marca de violência no braço direito da vítima, como se tivesse levado um apertão de uma pessoa. Perguntada sobre o que se tratava, Fernanda alegou que estava com problemas, mas que não queria falar sobre o assunto.
Após isso, mandou uma mensagem de áudio ao namorado onde dizia: “Não surta como você costuma fazer, mas meu cartão de crédito ainda tem limite?”. Neste mesmo dia, Fernanda desapareceu. Santos Júnior conta ainda que, por coincidência, o colega de trabalho da vítima estava em um relacionamento recente com uma jovem e esta tinha lhe dito que “a menina de Bela Vista de Goiás que estava desaparecida” era namorada de seu tio. No entanto, para o delegado, ambos desconheciam esse fato.
Com a morte de Allan, Santos Júnior afirma que o caso deve ser arquivado, já que não se aplica mais a punibilidade, mas que a Polícia Civil vai continuar investigando para tentar encontrar quem teria ajudado o jovem a sair do local onde ele abandonou o carro de Fernanda, em uma mata nas proximidades de Bela Vista. No entanto, sem o assassino confesso, o caso seria mais complicado de ser investigado. Sobre as denúncias do advogado de Allan de que o mesmo teria sido ameaçado e sofrido violência na Cadeia Pública de Bela Vista de Goiás, Santos Júnior diz que o mesmo deve levar as provas para o Grupo de Investigação de Homicídios (GIH) de Aparecida de Goiânia, que investiga a morte, com suspeita de suicídio, de Allan.
Escrito por: Redação/O Popular