O fazendeiro Elmi Caetano Evangelista, de 73 anos, foi indicado pela Polícia Civil de Goiás por ajudar Lázaro Barbosa, 32 anos, a escapar da polícia. Uma força-tarefa foi criada para capturá-lo após a chacina contra uma família em Ceilândia, no Distrito Federal (DF).
O inquérito foi concluído pela delegacia de Cocalzinho de Goiás, onde fica a chácara de Elmi, que atualmente está detido no presídio de Águas Lindas. Na noite anterior à prisão, o fazendeiro teria se negado a deixar a polícia entrar em sua propriedade. Apesar dos indícios apresentados pela polícia, ele nega ter colaborado com a fuga de Lázaro, capturado e morto na última segunda-feira (28).
Em relação ao caseiro Alain Reis de Santana, de 33 anos, preso junto com o fazendeiro no último dia 24 de junho, a polícia acredita que ele não agiu com intenção de ajudar Lázaro, mas coagido por ameaças. Ele foi solto no dia 26 deste mês, após audiência de custódia.
A decisão de indiciamento leva em consideração o depoimento do caseiro, que apontou a relação do patrão, Elmi Caetano, com Lázaro. Ele foi indiciado por “auxiliar a subtrair-se à ação de autoridade pública”, além de responder por posse ilegal de arma. A pena prevista é de um a seis meses de reclusão e multa.
EX-MULHER DE LÁZARO TAMBÉM RESPONDERÁ POR AJUDÁ-LO
A ex-esposa de Lázaro Barbosa deve responder por crime de favorecimento pessoal após confessar que ele teria ido até sua casa antes de ser localizado pelas forças policiais. Testemunhas afirmaram que o fugitivo teria ido à residência da mulher no sábado, não no domingo, como ela havia informado à polícia.
Por isso, ela é investigada por auxiliar Lázaro a não ser alcançado pela polícia. O crime prevê pena de um a seis meses de detenção, mais multa. Agora, a investigação deve apurar a participação da ex-sogra no crime.
FUNERAL
O corpo de Lázaro Barbosa deve ser enterrado em uma cerimônia fechada para a família. O advogado Wesley Lacerda, que presta apoio à família, informou que o local e data do sepultamento não serão divulgados, por causa da privacidade e segurança dos familiares.
Publicado por: Badiinho Filho/Com informações do Dia Online
MP-GO DENUNCIA FAZENDEIRO POR ACOBERTAR LÁZARO BARBOSA DE SOUSA E POR POSSE IRREGULAR DE ARMA
O Ministério Público de Goiás (MP-GO), por intermédio da Promotoria de Justiça de Cocalzinho de Goiás, denunciou Elmi Caetano Evangelista por auxiliar na fuga de Lázaro Barbosa de Souza e por posse de arma de fogo com sinal de identificação suprimido ou adulterado – uma espingarda de ar comprimido modificada para disparar munição de calibre 22, portanto, sem identificação – e 49 munições de calibre 22, em desacordo com determinação legal ou regulamentar.
Segundo a promotora de Justiça Gabriela Starling Jorge Vieira de Mello, desde o dia 10 de junho, foi criada e instalada em Cocalzinho de Goiás uma força-tarefa para localizar o paradeiro do então fugitivo Lázaro Barbosa de Souza, que ficou conhecido nacionalmente em razão dos crimes dolosos por ele cometidos, alguns deles no âmbito da comarca de Cocalzinho de Goiás.
Gabriela Starling Jorge Vieira de Mello explica que apesar dos esforços para a captura do procurado, Elmi Caetano Evangelista, pelo menos desde 18 de junho, até o momento de sua prisão em flagrante em 24 de junho, deu guarida a Lázaro, fornecendo-lhe repouso, comida e escondendo-o em sua fazenda, de maneira a retardar e dificultar o trabalho da polícia.
Alguns policiais suspeitaram da conduta de Elmi Caetano Evangelista, que trancou com cadeado todos os acessos à fazenda, enquanto os demais fazendeiros da região deixavam as porteiras de suas propriedades abertas, para que a polícia pudesse prosseguir com as buscas.
De acordo com a denúncia, após suspeitarem das atitudes de Elmi Caetano Evangelista, os policiais abordaram o caseiro da propriedade, Alain Reis de Santana, que havia recebido ordens expressas para não permitir que a polícia adentrasse a propriedade. Alain, depois de preso, informou à polícia que o patrão estava acobertando o criminoso.
Ao realizarem buscas na propriedade, a polícia localizou e apreendeu a arma de fogo e as munições. No local, ainda foi apreendido o aparelho celular do denunciado, com base em ordem judicial previamente proferida. No aparelho foram encontradas mensagens que corroboram o favorecimento prestado por Elmi Caetano Evangelista a Lázaro. Além disso, cães farejadores identificaram rastros do cheiro do então fugitivo no local.
Na denúncia, a promotora de Justiça solicita que seja requisitada a instauração de investigação complementar em face do filho de Elmi Caetano Evangelista, identificado como Gabriel, pois há indicativos de sua participação no crime de favorecimento pessoal. Segundo Gabriela Starling Jorge Vieira de Mello, embora inicialmente tenha se cogitado que Alain Reis de Santana, funcionário de Elmi Caetano Evangelista, poderia ter auxiliado no acobertamento de Lázaro, ficou claro que ele não tinha domínio, influência ou mesmo consciência clara a atuação dolosa e espúria praticada pelo seu empregador.
Além disso, Alain teria sido contratado há pouco menos de um mês para trabalhar no local e não possuía acesso ao que verdadeiramente ocorria na propriedade, ficando evidente, de acordo com a denúncia, de que apenas cumpria as ordens de seu patrão.
Elmi Caetano Evangelista foi denunciado com base nos artigos 12 e 16, parágrafo único, IV, da Lei 10.826/2003, na forma do artigo 70 do Código Penal, bem como no artigo 348, caput, do Código Penal (por pelo menos 5 vezes, em continuidade delitiva, considerando a quantidade de dias, em momentos alternados, em que deu guarida a Lázaro Barbosa de Souza), em concurso material (artigo 69, do Código Penal) com os demais crimes. (Texto: João Carlos de Faria/Assessoria de Comunicação Social do MP-GO).