O aumento expressivo no preço dos combustíveis atinge especialmente o gás de cozinha, item essencial na preparação de alimentos. Alguns brasileiros tentam reduzir o consumo cozinhando refeições suficientes para vários dias, enquanto outras precisam apelar para meios prejudiciais, como lenha e álcool.
O preço médio botijão de GLP de 13kg acumula alta de 30% em 2021, cinco vezes mais que a inflação registrada no mesmo período (5,67%). Os dados da Agência Nacional do Petróleo (ANP) mostram que o produto passou de R$ 75,29 no final de 2020 para R$ 96,89 na última semana, chegando a ser vendido a R$ 135 em alguns locais.
De acordo com André Braz, economista da FGV, o botijão de gás compromete, em média, 1,3% do orçamento familiar. Para as famílias de baixa renda, a porcentagem é ainda maior.
“Com o gás e as outras contas mais caras, a gente está economizando na alimentação. Cortamos muita coisa que a gente consumia, principalmente as carnes. Antes a gente levava os meninos para comer sanduíche fora pelo menos uma vez por mês, e hoje já não vamos mais”, relata Nayara Araújo, que ficou desempregada na pandemia.
Ela também reclama que mesmo esquentando a comida no forno micro-ondas e utilizando o fogão para cozinhar refeições para vários dias de uma só vez, um botijão ainda não é o suficiente.
“Mesmo com essas nossas economias, um botijão não dá para dois meses”, lamentou.
Qual o motivo da alta no preço do gás?
O aumento nos preços do gás tem vários motivos, já que o valor é composto pela margem da Petrobras, tributos federais (PIS/Pasep e Cofins) e estadual (ICMS), além do custo de distribuição e revenda.
Embora os tributos federais estejam zerados desde março, os outros componentes do preço pesam bastante no valor de revenda ao consumidor. É o caso do petróleo, que já subiu cerca de 40% desde o início do ano.
Outros vilões são a desvalorização do câmbio, o imposto estadual (ICMS) e os custos de produção e logística dos distribuidores. Confira na ilustração abaixo como é feita a composição dos preços:
Publicado por: Badiinho Filho/Com informações de Lorena de Sousa/Capitalist