Uma potencial ameaça na parede de um colégio particular de Belo Horizonte colocou em estado de alerta a comunidade escolar e mobilizou a Polícia Militar (PM). “Massacre 06/04”, escreveu um aluno nos azulejos de um dos banheiros do Magnum, localizado no bairro Nova Floresta, na região Nordeste da capital. A instituição garante que o episódio “não traz risco à segurança” e o caso está sendo solucionado pela direção com os responsáveis pelos estudantes envolvidos. A informação foi publicada pela jornalista Larissa Reis, do jornal BHAZ.
Segundo a PM, o diretor do colégio, de 54 anos, acionou a corporação na tarde de ontem (4) após tomar conhecimento dos escritos na parede do banheiro. Funcionários relataram que uma primeira pichação havia sido feito na última quinta-feira (31). Na ocasião, foi realizada uma limpeza da parede. No dia seguinte, no entanto, a frase voltou a ser escrita no banheiro masculino, dessa vez, precedida pelos dizeres “não vão nos calar”.
Pais de alunos do colégio, que não quiseram se identificar, informaram ao BHAZ que a ação de pichar a parede foi comandada por um adolescente de 15 anos. Ele teria sido identificado e expulso. Questionada pelo BHAZ, a instituição afirmou não divulgar “detalhes relativos às condutas adotadas, a fim de preservar os alunos e suas famílias”.
À reportagem, o Magnum também informou ter acionado o Conselho Tutelar e garantiu que o episódio “não traz risco à segurança da comunidade escolar”. “O caso está sendo solucionado pela direção da instituição com os responsáveis pelos alunos envolvidos, de acordo com o regimento da escola”, disse a instituição, em nota (leia na íntegra abaixo).
Volta às aulas evidencia violência no ambiente escolar
Esse é apenas um dos vários casos que evidenciam ações e comportamentos violentos em escolas. Entre fevereiro e março deste ano, período que marcou a tão esperada volta às salas de aula após as restrições impostas pela pandemia de Covid-19, foram registrados diversos episódios que revelam essa face da educação brasileira.
No mês passado, um aluno de 13 anos do Colégio Santa Doroteia, em BH, levou para a aula uma granada dentro da mochila. Já na região Central de Minas foi registrada uma ocorrência de uma ação concreta de violência: uma adolescente de 12 anos esfaqueou outra de 14 após uma briga. Já em uma escola de Betim, na Grande BH, um estudante de 22 anos colocou fogo no próprio corpo e, em seguida, abraçou um colega de 15 anos.
Mas, afinal, o que pode explicar esses e tantos outros casos de violência que são registrados, diariamente, nas escolas brasileiras? Para Eduardo Lucas Andrade, psicanalista e autor do livro “Psicanálise e Educação: contribuições da psicanálise à pedagogia”, é preciso compreender a vastidão de realidades que estão inseridas na sala de aula.
Publicado por: Badiinho Moisés