Escrito por: Agência Futebol Interior
Em julgamento, na tarde desta quinta-feira, o Pleno do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) cassou a própria liminar que colocava o Crac na Série C e determinou que a CBF indique o substituto do Betim na disputa da Série C do Campeonato Brasileiro nas próximas 48 horas. O time goiano deve seguir na competição.
O tribunal alegou omissão da CBF no caso e determinou que cabe somente a entidade máxima do futebol decidir quem será o substituto do Betim. O CRAC, inicialmente recomendado pelo STJD como detentor da vaga por direito, deverá ser mantido na terceira divisão. Cabe apenas que a entidade oficialize os goianos na terceirona.
Até que a CBF oficialmente indique o Crac, a partida entre o time goiano e o CRB, no próximo domingo, está suspensa.
Metropolitano-SC, Brasiliense e Tiradentes-CE mantinham esperanças de disputar a Série C. Cada um dos clubes tinha o seu argumento. Os cearenses alegavam ter sido o quinto colocado geral da Série D, enquanto o Metropolitano ponderava que foi o melhor dentre os times eliminados nas quartas-de-final, tudo isto em 2013. Assim, havia sido o quinto colocado e primeiro na fila dos que deveria subir. O Brasiliense afirmava que, dentre os times rebaixados para a Série D, era o de melhor campanha na Serie C e, por isso, deveria ficar com a vaga em aberto.
O trio ainda mantém esperanças pequenas, pois ainda acreditam que os critérios adotados pelo STJD não foi dos melhores. Agora os lobistas dos clubes tenta usar sua influência para buscar a vaga na CBF. O Metropolitano acredita no respaldo do presidente da Federação Catarinense, Delfim de Pádua Peixoto Filho, um dos vices da CBF. Já o Brasiliense tem como seu principal dirigente o ex-senador Luiz Estevão, que ainda tem influência nos bastidores de Brasília.
Relembre!
O Betim foi rebaixado à Série D em novembro do ano passado, por decisão da Terceira Comissão Disciplinar do STJD. O tribunal puniu o time mineiro em virtude do não pagamento de uma dívida ao The Strongest, da Bolívia, referente à transação do atacante Pablo Escobar. A sanção, prevista no Código Disciplinar da Fifa, foi confirmada pelo Pleno em fevereiro deste ano.
O clube, então, acionou a Justiça Comum e a 4ª Vara Cível de Betim concedeu decisão favorável ao clube mineiro. A CBF acatou a determinação e, ainda no mês passado, divulgou a tabela da Série C com a presença do Betim. O STJD, contudo, não aprovou a decisão e decidiu pela suspensão das tabelas tanto da Série C quanto da Série D.
Depois desta decisão, o tribunal recuou e decidiu liberar a publicação da tabela da terceira divisão, confirmando a inclusão do Betim. Pela definição da CBF, que não alterou a programação dos jogos, a equipe mineira fará sua estreia na competição no dia 27 de abril, contra o Cuiabá, fora de casa.
Guerra judicial!
Em meados de fevereiro, o diretor de competições da CBF, Virgílio Elísio, assinou um documento, que foi publicado no site da entidade, comunicando o rebaixamento do Ipatinga. Na carta , o dirigente afirma estar cumprindo uma determinação do STJD e que, nos próximos dias, publicaria o nome do substituto e os critérios para a substituição, o que não aconteceu. .
Este foi apenas o primeiro capítulo de uma guerra jurídica que deve tomar conta da Série C, nos próximos dias. Com o rebaixamento do Ipatinga, o Crac,que caiu em campo, deveria permanecer na terceira divisão. Se o Tiradentes, quinto colocado da Série D, subir, no entanto, o time goiano deve pleitear a vaga no STJD e, posteriormente, na Justiça Comum.
Quem também batalha na Justiça para evitar a queda é o Brasiliense. O time do senador cassado Luiz Estevão (foto) foi o terceiro rebaixado no Grupo A, acima de Baraúnas-RN. Neste caso, o Jacaré contesta a mudança de regulamento em 2013. Por conta da entrada do Treze, foram rebaixados três e não dois times no Grupo A, como previa o regulamento.
Os times se aproveitam do precedente aberto pela CBF ao confirmar Treze e Rio Branco-AC na disputa da Série C em 2013. Ambos times entraram pela porta dos fundos, por meio de liminares na Justiça Comum. O caso até foi parar no Superior Tribunal de Justiça (STF).
O ministro Luiz Fux determinou uma edição com 21 clubes, o que deve se repetir neste ano, já que o Estatuto do Torcedor afirma que a fórmula de disputa de um torneio só pode ser alterado depois de dois anos de disputa.