A vida econômica e social de Três Ranchos, desde seus primórdios, está intimamente ligada ao Rio Paranaíba. Primeiro, o arraial existiu como travessia fluvial, mais tarde se tornou vila de extração de diamantes e, atualmente virou cidade turística ribeirinha.
O lugarejo de Três Ranchos surgiu às margens da velha Estrada Real, próximo aos portos de Praia Rica, Mata-Padre e Mão-de-Pau, utilizados na travessia do rio Paranaíba. Sua denominação é muito antiga e remonta à época imperial. Pode ter aparecido em função de ranchos de pouso e estalagem para viajantes que cruzavam o Rio ou, de acordo com publicação do IBGE (1954), o nome esteve ligado a um quilombo de três ranchos que existiu na “serra entre o córrego Água Limpa e o ribeirão Ouvidor”.
De qualquer modo, bem mais tarde, no final da década de 1930, o arraial era frequentado por garimpeiros, capangueiros e compradores de diamantes. A extração de pedras preciosas, no rio Paranaíba, movimentou grande parte da atividade econômica de Três Ranchos por mais de quarenta anos.
A outra parcela de contribuição veio da estrada de ferro, com a estação ferroviária inaugurada em 1942, quando o povoado ainda era Distrito de Catalão. Cerca de uma década depois , em 1953, Três Ranchos foi emancipada de Catalão, tornando-se cidade independente com o nome de Paranaíba de Goiás.
Nome estranho para a população e que durou pouco tempo. Em 1955, a Câmara Municipal propôs a mudança do nome para Leovinópolis em homenagem ao Coronel Levino Lopes, muito respeitado na região. O prefeito da época, em virtude de descontentamento popular com tantas mudanças de nome, vetou a nova denominação, aproveitando para retornar o nome para o velho e tradicional Três Ranchos.
Em termos de economia, no início da década de 1980, teve início uma nova fase para aquele município. A Hidrelétrica de Emborcação inundou os antigos portos fluviais inviabilizando o garimpo de diamantes e a ponte da estrada de ferro ficou submersa.
Coube a Três Ranchos remodelar toda a sua estrutura econômica, iniciando atividades na área do desenvolvimento turístico regional. Mais uma vez, a economia daquele município voltou a depender do rio Paranaíba.
Observação: o texto são acima são às páginas 374 e 375 do livro Catalão – Fragmentos do Passado de Luís Estevam.