Escrito por: G1
Após quase 1 ano e meio do desaparecimento da estudante Priscila Brenda Martins da Silva, na época com 14 anos, o Fórum de Catalão, realizou a primeira audiência judicial sobre o caso. Acusados de matar a adolescente, o namorado da vítima, Paulo Vitor Azevedo, de 21 anos, e o amigo dele Claudomiro Marinho Júnior, de 26, participaram da sessão na quinta-feira (5). Os dois estão presos desde fevereiro e respondem pelo assassinato da adolescente, apesar de o corpo nunca ter sido encontrado. A garota sumiu em dezembro de 2012, no distrito de Pires Belo, após ter sido vista entrando no carro do namorado.
Os acusados chegaram algemados ao tribunal e acompanharam os depoimentos de 13 testemunhas de defesa e acusação. A família de Priscila Brenda compareceu ao local com cartazes pedindo justiça. A mãe da garota, Lucilene Pereira da Silva, espera que os acusados sejam levados a júri popular e condenados pelo crime. “Eles têm que pagar por isso. Não tenho minha filha mais comigo. Eles têm que pagar pelo que fizeram com ela”, disse.
A advogada de Paulo Vitor, Aremita Aparecida da Costa Martins, afirmou que seu cliente é inocente. Para ela, as provas que constam no inquérito não são fortes o bastante para incriminá-lo.
A advogada também questionou o trabalho da polícia no caso. “Não podemos dizer que tem um homicídio aí. Cadê o corpo? A delegada teria que ter dado conta desse corpo. Como ela pode falar que sumiu, que houve um homicídio?”, perguntou.
Já o defensor de Claudomiro, Sebastião Pires Ribeiro Júnior, apontou que o acusado não estava com Paulo Vitor no dia do desaparecimento da adolescente. “Não tem uma testemunha nos autos que afirme ter visto o Claudomiro sair com a Priscila”, argumentou.
Apesar disso, o Ministério Público acredita que existam provas suficientes para acusar ambos pelo desaparecimento e pela morte da garota. Para isso, várias circunstâncias do caso são analisadas, destacou o promotor Bernardo Morais Cavalcanti.
“Por exemplo, o desaparecimento da vítima nas circunstâncias em que ocorreu, de uma briga entre dois grupos, o histórico que a vítima já tinha com o acusado, o histórico do acusado, que era uma pessoa que revelava ter uma certa agressividade com as mulheres que convivia, o fato de ela ter sido vista pela última vez entrando no carro dos dois”, listou.
No dia 24 de junho, haverá outra audiência, desta vez em Campo Alegre, cidade a 40 quilômetros de Pires Belo, onde morava Paulo Vitor. Na ocasião, serão ouvidas 23 testemunhas e, em seguida, o juiz do caso vai decidir se os acusados vão ou não a júri popular.
Sumiço
O desaparecimento de Priscila Brenda ainda intriga os moradores de Pires Belo. Na reconstituição do crime, em dezembro do ano passado, testemunhas disseram ter visto a adolescente entrar no carro do namorado, um Gol prata, no dia 11 de dezembro de 2012. Na ocasião, ele teria brigado com a garota após tê-la flagrado conversando com um ex-namorado.
“Duas [testemunhas] viram perfeitamente a Priscila entrando no carro. Outros viram ela se aproximar e não a viram mais. Então, deduziram que a vítima entrou no Gol”, afirmou o perito Wellington Henrique Guimarães.
O namorado da garota chegou a ter o mandado de prisão temporária expedido pela Justiça em dezembro de 2013, mas não foi preso na época por estar foragido.
Em depoimento ao promotor Mário Caixeta, Paulo Vitor disse que esteve com Priscila Brenda, mas que ela não entrou no carro dele, nem saiu de Pires Belo em sua companhia.