Na madrugada e manhã desta quarta-feira, 8 de janeiro, Catalão enfrentou chuvas intensas provocadas pela atuação da Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS), fenômeno meteorológico que trouxe precipitações volumosas em grande parte da região central do Brasil. Dados do Laboratório de Climatologia do IGEO/UFCAT apontam que o acumulado pluviométrico na cidade atingiu níveis significativos: 93,6 mm no pluviômetro do CEMADEN (Restaurante Comunitário) e 86 mm na Estação Convencional do INMET, enquanto a Estação Automática do INMET registrou 110,2mm.
De acordo com o professor Rafael de Ávila Rodrigues, o fenômeno começou a se formar no início da semana, resultando em chuvas constantes e abrangentes. “A ZCAS é caracterizada por uma banda persistente de nebulosidade que intensifica as precipitações. Em poucas horas, registramos quase 40% da média esperada para todo o mês de janeiro”, explicou o climatologista.
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Transbordamento de represas
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Entre os impactos causados, destaca-se o transbordamento das represas localizadas no bairro Monsenhor Souza, que alagaram ruas e causaram transtornos a moradores. Por outro lado, a construção de uma nova represa no Jardim Paineiras evitou danos ainda mais graves, segundo o secretário de Infraestrutura e Transporte, Bruno Evangelista. “Apesar do transbordamento, conseguimos controlar a situação sem grandes tragédias. Agora, seguimos com a limpeza e planejamento de melhorias no sistema de drenagem da cidade”, afirmou.
O subtenente Elias, do Corpo de Bombeiros e Defesa Civil, reforçou os alertas à população para evitar áreas alagadas e enxurradas, especialmente no período chuvoso. “O monitoramento das represas continuará, e estamos preparados para acionar equipes e engenheiros caso surjam novos problemas”, garantiu.
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Relatos da comunidade
Moradores do bairro Monsenhor Souza reviveram o medo de enchentes anteriores. Por exemplo, Dona Júlia Maria, da Rua Porto Nacional, relembrou os danos de 2019, quando as águas invadiram residências. “Hoje foi menos agressivo, mas ainda assim tivemos casas alagadas. É preciso pensar na segurança das pessoas, inclusive considerando a desapropriação de áreas vulneráveis”, desabafou.
Outro morador, que preferiu não se identificar, destacou que, sem a nova represa, o cenário seria ainda mais grave. “Na enchente anterior, a água chegou a bater no peito. Desta vez, conseguimos nos preparar melhor, mas ainda há muito a melhorar”, comentou.
Previsão e cuidados
A previsão meteorológica indica continuidade das chuvas na região até o fim da primeira quinzena de janeiro. Além disso, especialistas alertam para o risco de novos acumulados expressivos, com possibilidade de eventos extremos. A Defesa Civil recomenda à população que evite áreas de risco e fique atenta aos alertas emitidos pelas autoridades.
Enquanto isso, a Prefeitura de Catalão anunciou a intensificação do plano de drenagem urbana e a continuidade dos monitoramentos em áreas críticas. Portanto, o trabalho conjunto entre os órgãos de segurança, climatologia e infraestrutura tem sido fundamental para minimizar os impactos das chuvas intensas na cidade.