Após a anulação do primeiro julgamento e um adiamento, a Justiça marcou um novo júri para o caso de Priscila Brenda. O julgamento ocorre nesta segunda-feira, 17 de março, em Catalão. A jovem desapareceu em dezembro de 2012, aos 14 anos, e seu corpo nunca foi encontrado.
O principal acusado, Paulo Vitor Azevedo, era namorado da adolescente na época. Em 2023, ele recebeu uma condenação de 18 anos de prisão por homicídio e ocultação de cadáver. No entanto, a Justiça anulou a decisão porque uma jurada fez postagens em uma rede social durante o julgamento, comprometendo a imparcialidade do tribunal.
Decisão da Justiça
O juiz Alexandre Bizzotto afirmou que a jurada não agiu de má-fé, mas violou o sigilo da votação. Durante a sessão do Tribunal do Júri, ela publicou fotos da mãe da vítima vestindo uma camiseta com a imagem de Priscila Brenda e a frase “Queremos Justiça”, além de um texto sobre o crime. Isso violou o artigo 466, § 1º do Código de Processo Penal, que proíbe jurados de expressarem opinião sobre o processo.
Diante dessa violação, a Quarta Turma Julgadora da Segunda Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO) anulou o julgamento por unanimidade. No mesmo julgamento, a Justiça absolveu Claudomiro Marinho Júnior, amigo de Paulo Vitor e também réu no processo.
O Ministério Público de Goiás (MPGO) recorreu apenas da condenação de Paulo Vitor, enquanto a defesa também contestou a sentença. Com isso, Claudomiro manteve a absolvição, e apenas o ex-namorado de Priscila passa por novo julgamento.
O tribunal do júri começa às 8h30 e contará com 26 jurados, 12 testemunhas e dois promotores do MPGO. A duração do julgamento ainda é incerta.
O desaparecimento de Priscila Brenda
Testemunhas viram Priscila Brenda pela última vez em 11 de dezembro de 2012. Ela entrou no carro de Paulo Vitor, que estava com Claudomiro. Dois anos depois, a delegada Alessandra Maria de Castro afirmou que havia fortes indícios de homicídio, mesmo sem o corpo. A investigação levou ao indiciamento da dupla.
Em dezembro de 2013, a Justiça expediu um mandado de prisão temporária contra Paulo Vitor. Ele permaneceu foragido até fevereiro de 2014, quando se entregou. Durante depoimento, admitiu ter visto Priscila no dia do desaparecimento, mas negou que ela tenha entrado no carro ou saído da cidade com ele.
A polícia prendeu os dois suspeitos em 2014, mas eles responderam ao processo em liberdade. Em 28 de abril de 2023, o tribunal condenou Paulo Vitor e absolveu Claudomiro. No entanto, a Justiça anulou a condenação, levando ao novo julgamento. Inicialmente, o júri ocorreria em fevereiro deste ano, mas foi adiado para 17 de março de 2025.
