O governador de Goiás, Ronaldo Caiado, participou do programa CNN Entrevistas no último final de semana e fez duras críticas à PEC da Segurança Pública, proposta pelo governo federal. Segundo ele, a medida é uma “armadilha”, pois não oferece soluções reais para enfrentar o avanço das facções criminosas, como o PCC e o Comando Vermelho, que dominam muitas capitais brasileiras.
Ausência de estratégias efetivas
De acordo com Caiado, a proposta do governo federal não enfrenta os principais desafios da segurança pública no Brasil. Ele apontou que, em vez de investir no combate direto ao crime, o governo prefere centralizar o controle das forças de segurança estaduais. “A norma não resolve os problemas específicos da violência no país”, afirmou.
Além disso, Caiado ressaltou que a segurança pública é fundamental para o desenvolvimento social e econômico. “Sem segurança, não há desenvolvimento, cidadania ou Estado Democrático de Direito. Reformas administrativas podem até ser feitas, mas, se as facções continuam no controle, nada mudará”, criticou.
Resultados positivos em Goiás
Como exemplo de eficiência no combate ao crime, Caiado destacou os avanços alcançados em Goiás. Nos últimos seis anos, o estado conseguiu reduzir continuamente os índices de criminalidade. “Goiás nunca teve casos de Novo Cangaço, assaltos a bancos ou carros-fortes. Além disso, não enfrentamos invasões de terra. Isso mostra que políticas bem planejadas e executadas geram resultados concretos”, enfatizou.
Questionamentos ao governo federal
No entanto, o governador questionou a capacidade do Ministério da Justiça em liderar ações eficientes de segurança pública. “Que competência tem o Ministério da Justiça para comandar a polícia de cada estado, se a Força Nacional, sob sua gestão, é incapaz de atuar de forma eficaz?”, indagou.
Além disso, Caiado criticou o modelo de centralização proposto pela PEC. Segundo ele, as ações locais precisam de mais autonomia para serem bem-sucedidas.
Concentração de poder
Outro ponto levantado por Caiado foi a concentração de poder sugerida pela proposta. Conforme explicou, a PEC cria um conselho gestor em Brasília responsável pela distribuição de recursos aos estados e municípios. “Na prática, isso significa que governadores e prefeitos ficarão dependentes de uma mesada federal, o que não resolve os problemas locais”, avaliou.
Conclusão
Em resumo, o governador defendeu que a PEC da Segurança Pública deve ser profundamente revisada para atender às realidades dos estados. Sem estratégias concretas, investimentos adequados e uma abordagem descentralizada, Caiado acredita que o Brasil continuará enfrentando graves desafios na área de segurança.