Mais uma vez, o governador eleito Ronaldo Caiado (DEM) deve adiar o anúncio das principais pastas de seu secretariado, mantendo o mistério que cerca a sua futura equipe. Se havia a previsão de que pelo menos cinco nomes seriam anunciados hoje, qualquer divulgação deve ficar, no mínimo, para amanhã.
Hoje, Caiado deve ir a Brasília acompanhar a diplomação do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) e do vice, general Hamilton Mourão (PRTB), no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A agenda deve envolver ainda encontro com o futuro ministro da Fazenda, Paulo Guedes. Desta conversa, inclusive, pode sair alguma indicação para o secretariado. O governador eleito também já disse que deve pedir que o ministro permita a criação de um “regime especial de recuperação fiscal exclusivo para Goiás”, ainda sem mais detalhes.
Embora não haja definição sobre quando ele concluirá todos os anúncios de auxiliares, havia a expectativa de que pelo menos os secretários da Fazenda, Educação e Saúde fossem revelados em coletiva hoje. Nos bastidores, a informação é de que estas pastas não devem ser ocupadas por goianos.
O democrata busca nomes ligados a Bolsonaro, Guedes e ao futuro ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, para facilitar o intermédio em Brasília. Especialmente em pastas centrais e que exijam esforços para captação de recursos. Bom trânsito em Brasília e experiência em gestão pública também são critérios para os convites aos secretários. Caiado tem afirmado, em entrevistas, que atuará fortemente para conseguir recursos federais para investimentos no Estado, o que explicaria, por exemplo, a ativa atuação que teve no segundo turno pela eleição de Bolsonaro.
Demora
Caiado é, dos governadores eleitos no primeiro turno, o que menos revelou sobre sua equipe. Até agora, do quadro de auxiliares do futuro governo, são conhecidos os prováveis titulares de apenas duas pastas: Secretaria de Segurança Pública (SSP), Rodney Miranda (PRB); e presidência da Saneago, Ricardo Soavinski. Ainda assim, a assessoria do futuro governador sequer confirmou formalmente esses dois nomes.
A revelação dos nomes de Miranda e Soavinski foi feita mais de 50 dias depois de Caiado vencer a disputa eleitoral. No mês passado, o democrata viajou a Londres para participar de um curso na Universidade de Oxford, e esperava-se que, no seu retorno, no último dia 3, alguns anúncios fossem feitos. Adiou-se para o final de semana do dia 7, em seguida para hoje e, agora, aguarda-se a próxima data.
Publicamente, o democrata vem adotando uma postura lacônica quando questionado sobre sua equipe e, mesmo entre aliados, o silêncio seria absoluto. Deputados e outras lideranças ligadas a ele dizem que sequer têm acesso aos cotados: o governador estaria avaliando os nomes secretamente para evitar vazamentos na imprensa.
Contudo, os rumores são de que pelo menos dois deputados que não se reelegeram devam compor a equipe: o atual presidente da Assembleia Legislativa, José Vitti (PSDB), e Lívio Luciano (Podemos). Ambos vêm atuando intensamente na articulação dos projetos de interesse de Caiado no Legislativo. Por outro lado, o principal articulador político de Caiado, o ex-deputado Samuel Belchior, estaria fora do secretariado, “por opção própria”.
Secretarias
No total, o governo Caiado deve ter 17 secretarias ordinárias, sendo que pelo menos cinco serão criadas: a da Agricultura, da Cultura, Esportes, Entorno do Distrito Federal e Indústria e Comércio. As secretarias extraordinárias devem ser extintas.
A possibilidade de que o projeto instituindo essas mudanças pudesse ser enviado à Assembleia ainda este ano estava sendo ventilada, mas, conforme informou ontem a coluna Giro, ele deve segurar a proposta.
Escrito por: Redação/O Popular