O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), afirmou em entrevista ao Jornal da CBN nesta terça-feira (29) que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi o responsável por dividir a direita nas eleições municipais no estado. Segundo Caiado, a decisão de romper politicamente partiu de Bolsonaro, e não de sua parte. “Ficou claro que a atitude foi dele. Em nenhum momento tomamos essa decisão”, declarou.
Caiado destacou que sempre buscou uma política de conciliação, mas viu o ex-presidente adotar uma postura de confronto. “Ele trouxe todo um aparato político para Goiânia. Qual era o objetivo?”, questionou durante a conversa com os jornalistas Mílton Jung e Cassia Godoy.
O governador argumentou que a estratégia política de Bolsonaro não teve sucesso. “O PL optou por seguir sozinho em Goiás, e o resultado foi claro: depois de 36 anos, conseguimos eleger um prefeito alinhado com o governo estadual na capital. Foi um tabu que quebramos”, disse, comemorando a vitória de Sandro Mabel (UB) sobre Fred Rodrigues (PL) em Goiânia, com 55,53% dos votos contra 44,47%.
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Derrota em Aparecida de Goiânia
Em Aparecida de Goiânia, segundo maior município do estado, o cenário foi semelhante. O candidato da base aliada de Caiado, Leandro Vilela (MDB), venceu Professor Alcides (PL) por uma ampla margem de 63,60% a 36,40%. Para o governador, as derrotas do bolsonarismo em Goiás refletem o “bom senso e equilíbrio” do eleitorado.
Caiado também criticou o que chamou de “recém-convertidos” à direita, que, segundo ele, tentam ditar os valores de pátria, família e Deus, incentivando Bolsonaro a adotar uma postura mais agressiva contra ele. “Mas também houve a decisão dele de seguir por esse caminho, o que considero negativo. Se quisesse um embate ideológico, deveria ter escolhido outras capitais, não Goiânia”, afirmou.
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Eleições de 2026
Por fim, Caiado alertou que não basta ter o número 22 para vencer uma eleição, referindo-se ao número associado a Bolsonaro. “A pessoa não pode ser vista apenas como um acessório. Essa eleição foi uma lição para repensar, buscar equilíbrio, candidatos competitivos e formar alianças, senão haverá outra derrota em 2026”, concluiu, confirmando que será candidato à presidência nas próximas eleições.
Escrito e publicado por: Badiinho Moisés