Escrito por: Luís Gustavo Rocha – Jornal O popular
” Vídeo que circula nas redes sociais mostra discussão e retirada de equipamentos por pessoas ligadas ao deputado Marquinhos do Privê”.
A Polícia Civil trata como “suposta invasão” as cenas mostradas em um vídeo que circula desde o início do mês onde um homem atira uma pedra na porta de vidro do Grupo Exata (TV, rádio e impresso). Homens uniformizados retiram objetos como cadeiras e equipamentos, levados por um caminhão de mudança. O ato teria sido praticado por pessoas de um grupo próximo ao ex-vice-prefeito de Caldas Novas e deputado estadual eleito Marco Aurélio Palmerston (PSDB), conhecido como Marquinho do Privê.
O vídeo registra a discussão envolvendo o responsável pela empresa de comunicação, Adão dos Reis Gonçalves, e seus adversários. “O que for seu, Adão, eu não vou ‘meter a mão’. O que for nosso, nós vamos pegar”.
Adão responde: “Você pensa que eu trabalho de graça?”
“Trabalhar de graça o quê? A TV é nossa”, retruca o homem.
“E essa campanha inteirinha que eu fiz, meu amigo?”
Segundo Adão, a pergunta faz referência à campanha que elegeu, no ano passado, o deputado estadual com quem ele teria feito um acordo comercial que foi rompido. Em troca dos serviços, Adão receberia dinheiro e equipamentos. “Depois que ele foi eleito, começou a querer censurar. Ele é muito submisso ao Magal”, acusa. A razão do desacordo seriam críticas que o jornal Gazeta, de Caldas Novas, fez ao prefeito do município, Evandro Magal (PP).
CASO DE POLÍCIA
“A polícia me deixou na mão”, queixa-se Adão. No vídeo – com mais de 1,5 mil compartilhamentos até ontem – é possível perceber a presença da Polícia Militar. A corporação diz em nota que foi acionada em dois momentos e que “o Grupo de Patrulhamento Tático (GPT) foi até o local, onde tomou todas as providências cabíveis para a resolução do conflito”.
A Polícia Civil afirma que não foi procurada por Adão. O delegado Leylton Barros já ouviu a versão de Marcos Aurélio e recolheu notas fiscais que comprovariam que os objetos retirados da emissora pertencem ao grupo empresarial a que o deputado eleito é associado. “Adão pode ser investigado por apropriação indébita”, explicou Leylton. Segundo Adão os processos civis foram protocolados na última quinta e os criminais ontem.
RESPOSTA
A reportagem não conseguiu falar com Marco Aurélio Palmerston nem com o prefeito Evandro Magal. O secretário de comunicação de Caldas Novas, João Paulo Teixeira, disse que a prefeitura soube do tumulto na emissora pelas redes sociais e desconhece razão política para o episódio. “Pelo que soubemos, foi uma parceria comercial desfeita. A prefeitura não teve envolvimento.”
O grupo Privé emitiu nota repudiando a divulgação do vídeo e informando que o material mostrado na filmagem é de sua propriedade e a ação visava reaver a posse de seu patrimônio, que estava indevidamente sendo utilizado no Grupo Exata.