A Campanha Nacional de Vacinação contra a gripe terá início no dia 23 de abril e vai até 1° de junho. A informação foi dada pelo Ministério da Saúde na última quarta-feira (18), em Brasília. Segundo o órgão, a imunização vai assegurar proteção contra os três subtipos do vírus de maior incidência: H1N1, H3N2 e Influenza B.
A meta é vacinar 54 milhões de pessoas. Para tanto, foram adquiridas cerca de 60 milhões de vacinas. A campanha começou antes na região metropolitana de Goiânia. O ministro da Saúde, Gilberto Occhi, explicou que essa medida se deve ao fato de ter sido identificado um surto na área.
O Dia D, quando há maior mobilização para vacinação, está marcado para 12 de maio. A projeção do governo federal é que as vacinas estejam disponíveis em 65 mil postos do país. Em 2017, a cobertura foi de 87,7%.
O objetivo é atuar no período de maior propagação do vírus: na transição entre o outono e o inverno. A iniciativa será voltada principalmente para idosos, gestantes, crianças com idades entre seis meses e 5 anos, trabalhadores da saúde, professores, povos indígenas, puérperas (mulheres cujo parto ocorreu há até 45 dias) adolescentes e adultos privados de liberdade.
A definição do público-alvo se baseou em critérios da Organização Mundial de Saúde (OMS) e em estudos epidemiológicos. A expectativa é chegar a mais de 20 milhões de idosos, 12,6 milhões de crianças e 4,8 milhões trabalhadores na área de saúde.
O ministro Gilberto Occhi apontou como desafio central “mobilizar a população brasileira para que ela possa comparecer aos postos de saúde para que nós tenhamos o máximo de cobertura possível da vacinação, principalmente daquele público que é alvo”.
Atenção especial
Uma preocupação especial dentro do público-alvo é com as crianças entre seis meses e 5 anos. No ano passado, o percentual de imunização deste segmento foi menor do que outros, como idosos com mais de 60 anos.
Na avaliação da presidente da Sociedade Brasileira de Imunização, Isabela Ballalai, esse quadro pode estar relacionado a uma prática ainda recente de cuidado dos pais com a imunização dos pequenos para a gripe.
“O idoso se vacinar já virou cultura. As crianças entraram por último neste rol de beneficiários. E talvez a população não esteja valorizando ainda como uma causa de doenças em meninas e meninos. Neste época, crianças são vítimas de vários vírus, não só o Influenza”, explica a especialista.
Número de casos
De acordo com o Ministério da Saúde, até o dia 14 de abril foram confirmados 62 mortes e 392 casos decorrentes do vírus Influenza. Destes, 33 óbitos e 190 casos se deveram ao subtipo H1N1, 15 mortes e 93 casos relacionados ao H3N2 e 24 mortes e 81 casos em decorrência do Influenza B.
Mais 44 casos e 5 mortes foram provocados pela gripe, mas nenhum deles relacionados a esses subtipos. No mesmo período de 2017, foram registrados 66 mortes e 394 casos.
Sintomas e prevenção
Entre os sintomas da gripe estão febre alta, dor muscular, dores de cabeça e na garganta e coriza. O ministro da Saúde informou que o vírus usado na vacina é “inativado”, não podendo gerar uma gripe. De acordo com Occhi, a imunização evita entre 32% e 45% o número de hospitalização por pneumonia e entre 40% e 75% as mortes por complicações resultantes do vírus.
A imunização é contraindicada para pessoa com alergia a ovo, que devem procurar o médico para orientações. A reação em geral ocorre com dor no local da injeção, sem provocar efeitos colaterais maiores. De acordo com o ministério, não há risco de fazer a vacinação contra a febre amarela e Influenza.
Além da vacinação, são orientações para evitar o vírus lavar as mãos com frequência, usar lenço para a higiene do nariz, cobrir o rosto no momento do espirro, evitar compartilhar objetos de uso pessoal e tomar cuidado com o contato com pessoas que tenham adquirido o vírus.
Escrito por: Redação/Agência Brasil
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