Escrito por: Portal G1
Seis meses após a morte de Iasmin Martins de Souza, de 8 anos, a família da garota cobra da Polícia Civil de Catalão, no sudeste de Goiás, sobre a conclusão do inquérito que investiga a morte dela. “Não só pela minha filha, porque agora eu não vou ter ela de volta. Pelas outras que estão na rua, as crianças que não podem nem brincar em paz porque sabem que esse cara está solto”, afirma a mãe da menina, Leidiane Martins Pereira.
O corpo de Iasmin foi encontrado no dia 9 de dezembro do ano passado no cômodo de uma obra. O exame de corpo de delito comprovou que ela foi violentada e morta a pauladas.
O pedreiro Dione César Costa, 37, foi preso dois dias depois. Apesar de negar que tivesse cometido o crime, testemunhas disseram que viram a menina sendo levada por ele horas antes de ser morta. O homem foi preso, mas um exame de DNA comprovou que o pedreiro não teve participação no assassinato. Desde então, a polícia não apresentou novos suspeitos do crime.
“Tem que achar esse cara, eles [policiais] têm que ir atrás. Para mim eles estão parados, parou a investigação”, opina Leidiane.
Segundo a delegada responsável pelo caso, Alessandra Maria de Castro, as investigações não foram interrompidas. Ela afirma que os agentes da Polícia Civil continuam tentando encontrar o assassino da criança.
“Diariamente são feitas diligências buscando comprovar e chegar até o autor desse crime. Existe uma equipe de policiais que estão designados somente para investigar esse caso”, afirma Alessandra. A delegada diz, ainda, que trabalha com várias linhas de investigação. “Suspeitos são vários. A gente trabalha por exclusão”, diz.
Crime
Iasmin foi encontrada morta um dia após ter saído da casa da avó para ir até a feira onde a mãe estava trabalhando. No entanto, a menina não chegou ao destino. Após o sumiço, familiares e policiais chegaram a procurá-la, mas não a encontraram.
O pedreiro Luizmar Bernardes foi quem achou a menina morta na obra onde trabalhava, no Bairro Paineiras. “Cheguei e nós [outros colegas] trabalhamos um pouquinho. Quando olhei lá dentro, me deparei com a criança morta lá e chamei outro colega meu para olhar. É triste de ver. A cena é lamentável”, disse.
Uma semana antes de ser morta, Iasmin havia escrito ao Papai Noel dos Correios pedindo presentes para ela e a família. Ao ler a carta, uma administradora de empresas, que não quis se identificar, percebeu que tratava-se da garota assassinada. Mesmo assim, a voluntária atendeu aos pedidos e fez as doações à mãe e aos irmãos da criança.
Para o padrasto da vítima, Roberto de Sá Silva, quem matou a enteada “é um monstro”. Ele contou que soube da morte por telefone. “Um tio meu estava ouvindo rádio e me ligou avisando que haviam encontrado uma menina morta. Fui para o local com minha esposa e, infelizmente, era ela”.
A mãe da criança afirmou que a garota passava várias horas por dia na rua. Segundo ela, a filha era muito comunicativa e falava com qualquer pessoa na rua. “Para ela, não tinha estranho”, disse Leidiane.