O prefeito eleito de Goiânia, Sandro Mabel (União), classificou como “desproporcional” a decisão judicial que cassou seu registro e declarou Ronaldo Caiado (União) inelegível por abuso de poder político. A juíza Maria Umbelina Zorzetti, responsável pela sentença, também condenou Cláudia Lira (Avante), vice-prefeita eleita. Apesar disso, Mabel poderá tomar posse enquanto o recurso é analisado.
Decisão judicial e reação de Mabel
A sentença, emitida nesta quarta-feira (11), ocorreu após uma acusação do Ministério Público Eleitoral (MP Eleitoral). De acordo com o órgão, Mabel e Caiado utilizaram o Palácio das Esmeraldas, sede do governo estadual, para realizar eventos de apoio à candidatura de Mabel logo após o primeiro turno das eleições municipais.
Durante uma coletiva de imprensa, Mabel criticou a decisão, afirmando que ela foi desproporcional. Ele também argumentou que os eventos investigados não tiveram relação direta com a campanha. Por outro lado, seus advogados garantiram que recorrerão da decisão. Além disso, eles ressaltaram que o processo não impedirá sua posse, prevista para 1º de janeiro de 2025.
Implicações da decisão
A advogada eleitoral Marina Morais explicou que, enquanto o recurso tramita, Mabel poderá exercer o mandato. Contudo, se a condenação for mantida em todas as instâncias, ele pode ser impedido de continuar no cargo.
No caso de Ronaldo Caiado, a situação apresenta uma diferença importante. Embora ele tenha sido declarado inelegível, a sentença não inclui cassação, o que significa que ele poderá continuar no cargo de governador sem qualquer interferência.
Eventos investigados
A ação judicial, protocolada pela chapa adversária de Fred Rodrigues (PL), acusa Mabel e Caiado de organizarem jantares nos dias 7 e 9 de outubro no Palácio das Esmeraldas. Esses eventos, conforme alegado no processo, possuíam caráter eleitoral. Além disso, vídeos mostram que lideranças políticas participaram dos encontros em um ambiente decorado, onde alimentos e bebidas foram oferecidos.
Um dos vídeos registrados inclui declarações de Caiado, que incentivou o apoio a Mabel ao afirmar:
“Eu, ao ter o Sandro Mabel na prefeitura, tenho acesso para resolver problemas da minha região. Ele tem meu apoio incondicional.”
Penalidades aplicadas
A juíza determinou multas e declarou a inelegibilidade de oito anos para os três condenados. Os valores das multas são:
- Ronaldo Caiado: R$ 60 mil
- Sandro Mabel: R$ 40 mil
- Cláudia Lira: R$ 5.320,50
Além disso, o MP Eleitoral argumentou que os eventos investigados, amplamente divulgados nas redes sociais, configuraram abuso de poder político. Essas ações, segundo o órgão, comprometeram a legitimidade das eleições, justificando as penalidades impostas.
Com informações do G1 Goiás