O Corpo de Bombeiros confirmou, na tarde deste sábado, a morte de 34 pessoas no rompimento da barragem de Córrego do Feijão, em Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.
Os números foram divulgados pela assessoria da corporação por volta das 17h30. Ainda segundo a corporação, 81 pessoas estão desabrigadas. Até o início da tarde, os bombeiros confirmavam 11 mortes. Com esta atualização, o número de perdas humanas no desastre em Brumadinho já que maior que o do rompimento da barragem do Fundão, em Mariana. Na cidade da Região Central, 19 pessoas morreram. Uma das vítimas nunca foi encontrada.
A busca por notícias e a concentração de socorristas da segurança pública e voluntários no Centro de Comando em Córrego do Feijão vinham mantendo o moral elevado e a esperança de quem busca pelos sobreviventes do rompimento. Contudo, a chegada de três rabecões da Polícia Civil e de quatro caminhões frigoríficos representou um choque de realidade para muitas pessoas.
Uma estrutura para manejo e conservação de dezenas de corpos que podem ser encontrados começou a ser montada. Tapumes foram trazidos para vedar as grades da pequena quadra poliesportiva do vilarejo de menos de mil pessoas começaram a ser instaladas para que o local possa ser usado para a preparação das vítimas. Os caminhões frigoríficos estão prontos para a conservação dos corpos em estado de decomposição.
E este sábado foi de encontro de muitas vítimas. Seja pelo ar, embrulhados em cestas dependuradas em helicópteros, ou nas matas, presos à vegetação, os bombeiros e socorristas resgataram mais de 10 vítimas.
Um dos corpos foi encontrado pelo barbeiro Joaquim da Silva, de 53 anos, no meio da tarde. “Eu estava procurando a minha sobrinha e os amigos que desapareceram. Procurei no mato por 5 horas, sozinho. Acabei encontrando o corpo sumido desse homem. Só não ajudei a tirar da lama porque a minha coluna está machucada. Não vou desistir de procurar por eles”, disse.
A dona de casa Lilian Vieira de Souza, de 31 anos, procura a sua cunhada, Jussara Ferreira dos Passos, de 35 anos, que desapareceu na pousada Nova Estância. A visão dos preparativos e a chegada dos primeiros corpos a trouxeram grande comoção. “Estava falando com a minha cunhada pelo telefone e a ligação cortou. A voz dela brincando comigo não sai mais da minha cabeça. A gente está desesperado, não tem qualquer notícia. Desde ontem estamos procurando em volta da lama. A pousada acabou debaixo da lama. Como pode uma pessoa deixar de existir assim de uma hora para outra?”, disse.
Escrito por: Redação/EM