Considerado como um dos principais líderes da greve dos caminhoneiros de 2018, Wallace Landim ‘o Chorão’, gravou dois vídeos para comunicar que ele não apoia o novo movimento dos caminhoneiros do Brasil, ou seja, uma nova greve, prevista para ser iniciada nesta segunda-feira, 1º de fevereiro.
No seu primeiro vídeo, gravado e divulgado na última sexta-feira (29), Chorão disse que a categoria está sendo massacrada, passando por momentos difíceis e que estão na UTI, afirmando ser necessário ser feito alguma coisa para cobrar o Governo Federal, para que eles tenham êxito nas leis que eles (caminhoneiros) conquistaram, mas que não estão sendo cumpridas, porém, de acordo com ele, neste momento o que estão levantando é um movimento político, sendo movimento a favor do presidente, movimento contra o presidente e contra ao Supremo Tribunal Federal (STF), e até mesmo contra governadores, e segundo Chorão, a categoria não pode participar desse momento.
“Nós não podemos levar essa carga, essa carga para nós é pesada. Estamos cobrando os mecanismos para que a gente tenha as Leis, para que seja cumprido a fiscalização, para que tenhamos êxito, estamos cobrando o DTE e várias outras situações”, sendo o vídeo comunicando que a ABRAVA – Associação Brasileira dos Condutores de Veículos Automotores, fundada por ele ainda em 2018 após a greve dos caminhoneiros, que sobre esse movimento a ser iniciado no dia 1º de fevereiro de 2021, não participará do movimento que ele considera político.
“Nós vamos fazer sim (movimento), vamos marcar uma data, organizada para a gente reivindicar somente os nossos direitos da categoria”, assim encerrou o vídeo da última sexta-feira (29).
Ontem, sábado (30), Chorão usou novamente suas redes sociais postando outro vídeo reforçando que não é favorável a nova parilização dos caminhoneiros. Assista abaixo:
VÍDEO 29/01/2021
VÍDEO 30/01/2021
REPERCUSSÃO
Ontem, sábado (30), o site da emissora TV CNN Brasil, publicou matéria com o seguinte título: “Greve dos caminhoneiros: o que se sabe sobre a paralisação marcada para o dia 1º”, a qual você pode ler abaixo:
Na quarta-feira (27), o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), fez um apelo para que os caminhoneiros não cruzem os braços, alegando que “todos vamos perder”. Apesar disso, no dia seguinte, um ofício enviado ao governo pelo Conselho Nacional de Transportes Rodoviários de Cargas (CNTRC) confirmou a greve caso as reivindicações da categoria não sejam atendidas.
Confira abaixo perguntas e respostas para entender o que se sabe até agora a respeito da possível paralisação.
Quem deve aderir à greve?
A greve dos caminhoneiros prevista para segunda-feira (1º) foi convocada pela Associação Nacional do Transporte Autônomos do Brasil (ANTB), integrante do Conselho Nacional do Transporte Rodoviário de Cargas (CNTRC). A ANTB representa cerca de 4.500 caminhoneiros em todo país e, no dia 13 de janeiro, afirmou que não veria problema em realizar uma paralisação durante a pandemia.
Na última terça-feira (26), a greve recebeu apoio da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transporte e Logística (CNTTL), uma das maiores entidades da categoria no país. A CNTTL possui 800 mil motoristas em sua base e orienta todos a aderirem à paralisação.
Na quarta-feira (27), a Federação Única dos Petroleiros (FUP), que reúne sindicatos de petroleiros em todo o país, também declarou apoio aos caminhoneiros. Segundo a FUP, este apoio se dará por meio de inúmeras ações e protestos que serão realizados por sindicatos ligados à entidade.
Por outro lado, a Confederação Nacional do Transporte (CNT) negou qualquer tipo de apoio à possível paralisação. A nota foi emitida pelo presidente da CNT, Vander Costa, na última quinta-feira (28).
De acordo com o presidente da Associação Nacional do Transporte Autônomos do Brasil (ANTB), José Roberto Stringasci, a paralisação poderá ser maior que a realizada em maio de 2018. Na época, a greve teve duração de 10 dias.
O que querem os caminhoneiros?
De acordo com a ANTB, o principal motivador da greve é a alta do preço do diesel, que teve aumento de 4,4% nas refinarias no final de dezembro e é o combustível majoritariamente utilizado por caminhoneiros.
Também é reivindicada uma revisão no reajuste na Tabela do Piso Mínimo de Frete, realizada pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), para o transporte rodoviário de carga.
Pelas novas regras do reajuste, não entram no cálculo do piso mínimo a margem de lucro do caminhoneiro, custos com pedágios, custos relacionados às movimentações logísticas complementares ao transporte de cargas, despesas de administração, tributos e taxas.
A categoria também cobra pela implementação do Código Identificador de Operação de Transporte (Ciot), conquista da greve de 2018.
Para resolver essas questões e evitar a greve prevista, os caminhoneiros querem uma reunião com a presença do presidente da República, Jair Bolsonaro –que recebeu o apoio da categoria na última eleição presidencial.
Que medidas o governo tomou para tentar reverter a paralisação?
Numa tentativa de frear a realização da greve dos caminhoneiros, o governo decidiu incluir a categoria na lista do grupo de prioridades para tomar as vacinas contra a Covid-19 no país. Essa ação elava o número de pessoas do grupo prioritário para 77,2 milhões, com a soma de 1,24 milhão de caminhoneiros.
Além disso, a Câmara de Comércio Exterior (Camex), do Ministério da Economia, zerou o Imposto de Importação de pneus para veículos de carga.
O ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, afirmou que o governo trabalhava na revisão de normas de pesagem de caminhões nas estradas, para reduzir custos dos autônomos do setor.
Por fim, na última quarta-feira (27), a CNN apurou com fontes do Palácio do Planalto e da equipe econômica que o governo deve anunciar em breve a redução do PIS/Cofins sobre o óleo diesel. Os dois impostos, porém, não seriam zerados, e sim atenuados, de acordo com interlocutores.
Com Reuters e Estadão Conteúdo. Sob supervisão de Maria Carolina Abe. (Fonte: CNN).
Escrito por: Badiinho Filho