A invasão russa da Ucrânia terá impacto também no bolso dos brasileiros. O cenário tende a resultar em novos reajustes dos preços da gasolina, do diesel e do gás, e na elevação dos preços do trigo e milho, o que pode manter a inflação e a taxa básica de juros em alta neste ano. A informação foi publicada no Portal R7.
Os efeitos imediatos já foram sentidos com a disparada do preço no mercado global de petróleo nesta quinta-feira (24), com o brent superando US$ 105 o barril pela primeira vez desde 2014, e com a alta do dólar no Brasil, de 2,03%, a R$ 5,10, a maior valorização em cinco meses, após uma série de quedas e de chegar à casa de R$ 4,99, no dia anterior.
O desdobramento da guerra vai definir o caminho do dólar, de acordo com o economista Liao Yu Chieh, educador financeiro do C6 e professor do Insper. “A inflação brasileira, a taxa básica de juros e o desdobramento da guerra serão muito importantes para direcionar o dólar para cima ou para baixo, com mais ou menos vigor”, explica Liao.
Segundo ele, a grande pressão que contribuiu para a série de queda da moeda norte-americana foi de investidores estrangeiros, atraídos pela taxa de juros de dois dígitos do Brasil. Esses investidores, que acompanham de perto os conflitos entre Rússia e Ucrânia, acabam saindo de lugares mais instáveis e vão para “portos seguros”, como os Estados Unidos, pressionando a nossa moeda.
“A grande análise que tem de ser feita é quanto pode piorar essa guerra. Estruturalmente, o dólar vinha caindo, mas, se essa guerra piorar, o nosso câmbio tende a sofrer muito mais, com a saída de recursos de investidores”, avalia o educador financeiro do C6.
Joaquim Racy, economista e professor de política internacional da Universidade Presbiteriana Mackenzie, afirmou que o primeiro impacto da crise, já apresentado pelos indicadores, está relacionado justamente às cotações do petróleo, da energia e do gás.
“Além do preço, há uma chance de desabastecimento, que pode trazer consequências inevitáveis para o mundo inteiro”, afirma Racy, ao citar a dependência que alguns países têm dos recursos exportados pela Rússia.
Publicado por Badiinho Moisés