Às 6h30 do último dia 17, quando Emanuelly Fayad fez 5 anos, o pai dela, o pedreiro Antônio Carlos Ferreira da Silva, de 28 anos de idade, saiu de casa e preferiu não acordar a menina. Prometeu à esposa Larissa Fayad que voltaria na hora do almoço, como era de costume, e daria os parabéns para a filha. Mas o serviço que fazia no dia estava atrasado e ele precisava correr para receber o que lhe era devido, o que fez com que só pudesse ir em casa após às 19 horas. “São uns 20 minutos para chegar em sua casa. Eu tinha R$ 80 reais no bolso e não conseguia achar um bolo para comemorar o aniversário da minha filha, até que consegui uma padaria, que só tinha um último pedaço pra vender e eu comprei”, conta o pedreiro.
Foram R$ 2,50 no pedaço, mais um R$ 1,80 em uma vela e ainda comprou um refrigerante. Ao chegar em casa, um sítio no Bairro Vale das Laranjeiras, em Goiânia, foi Emanuelly quem abriu abriu a porteira para o pai, já cobrando o abraço de aniversário. “Disse que estava cansado, dei o refrigerante pra ela guardar e falei que daria o abraço depois de guardar o carro.” A esposa já tinha visto o pedaço de bolo e disse que gravaria a cena de Antônio Carlos parabenizando Emanuelly pelos 5 anos, pois há forte ligações entre eles.
O vídeo, postado na rede social do pedreiro, mostra o pai levando uma embalagem de isopor com o pedaço de bolo e a vela acesa em cima. Ao entrar no quarto simples que Emanuelly dividi com a irmã Emilly, de 2 anos, a aniversariante se emociona com a surpresa e abraça ao pai, que promete, apesar do gesto simples, ainda dar muita coisa para a criança. “Não imaginava que isso fosse ocorrer, essa repercussão toda por dar os parabéns para a minha filha”. Isso porque uma amiga da família compartilhou o vídeo, visto e compartilhado outras milhares de vezes, chegando ao conhecimento de famosos, como o padre Fábio de Melo, e anônimos.
A mensagem do amor de Emanuelly pelo pai, a partir de um simples gesto, causou comoção às pessoas, que quiseram ajudar a família e na festa para a criança, realizada no sábado passado (19/07). “Minha mãe já estava preparando uma festa para ela, mas as pessoas foram ajudando e aí fomos melhorando e fizemos uma festa do jeito que ela sonhou”, conta Silva. O tema escolhido foi princesas, em que a aniversariante se vestiu de Bela, da clássica a Bela e a Fera. “Eu postei o vídeo para os meus amigos mesmo, que são 300, mais aí foram compartilhando e chegou nisso. Todo mundo fala que quer me ajudar, mesmo sem eu ter pedido nada, isso é coisa de Deus, fomos usados por ele”, diz.
O pedreiro diz que o mais emblemático foi a quantidade de compartilhamentos, sem se importar que entre eles havia pessoas famosas. “O que o padre Fábio de Melo escreveu me comoveu muito e tem gente falando comigo sobre. Teve uma menina que contou que estava sem conversar com o pai e se arrepende, pois ela ganhava tudo dele e nunca agradeceu, que agora vai voltar a falar com o pai. Isso é o que importa com o vídeo, que foi espontâneo”.
FUTURO
Além da realização do sonho da filha ao ganhar uma festa de aniversário, o vídeo de Antônio Carlos também vai poder modificar o futuro da menina. O pedreiro ganhou uma bolsa integral do curso de Engenharia Civil da Faculdade Metropolitana de Anápolis (Fama). “Na igreja eu prometi terminar o ensino médio para fazer uma faculdade e poder dar um futuro melhor para minhas filhas e aí me prestigiaram com esse curso”. Ele revela que ainda falta fazer uma prova para conseguir finalizar o ensino médio e então poder se matricular.
“Hoje eu moro de favor, sou caseiro do sítio, mas vou me esforçar e conseguir me formar, na minha área, em que nunca tive oportunidade de ter um curso, agora vou ter”, comemora Silva. Ele conta que trabalha em obras civis desde os 14 anos e tudo o que sabe deve ao pai. Com as empreitas que recebe, tem uma renda média de R$ 1.600 reais mensais, mas há períodos que fica com menos dinheiro para sustentar a família. A esposa teve de abandonar a faculdade de Educação Física no último semestre ao engravidar, mas agora teve a promessa de rever a situação e conseguir o diploma.
Escrito por: Redação/O Popular