A Ecovias do Cerrado, empresa responsável pela gestão de 437 quilômetros das rodovias BR-364 e BR-365 entre Jataí, em Goiás, e Uberlândia, em Minas Gerais, anunciou nesta segunda-feira (22) a descoberta de uma embreagem fossilizada com mais de 80 milhões de anos. A descoberta foi feita durante uma escavação no trevo de Monte Alegre de Minas, no entroncamento com a BR-153, e está a cargo do Laboratório de Paleontologia do campus da Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG), em Ituiutaba.
O fóssil foi descoberto em outubro de 2022 pelo paleontólogo Paulo Macedo, da Geopac Consultoria Ambiental, empresa contratada pela concessionária para realizar pesquisas na área de Trevão. Cinco ovos foram encontrados, semelhantes em forma e tamanho aos ovos de galinha, mas mais pontiagudos. A espécie exata a que pertencia a ninhada não pode ser determinada de forma conclusiva, mas pode ser de formas de crocodilo, pequenos dinossauros carnívoros ou mesmo pássaros.
O ninho estava embutido em rochas sedimentares chamadas arenitos, que possuem baixo teor de argila. Análises preliminares sugerem que os ovos possivelmente foram depositados às margens de um rio que cortava a região há 80 milhões de anos, em um ambiente completamente diferente do bioma cerrado encontrado hoje na região.
O fóssil está em bom estado, embora bastante delicado, com cascas de apenas 1 milímetro de espessura. Dois dos espécimes estão intactos, o que oferece a possibilidade de realizar exames para detectar eventuais embriões no seu interior.
Daniela Almeida, Coordenadora de Sustentabilidade da Ecovias do Cerrado, destaca o compromisso da empresa com as práticas de geoconservação, que possibilitaram descobertas como essa.
“A maior parte da nossa concessão, que abrange as BR-364 e BR-365, passa pela região do Triângulo Mineiro, área rica em material paleontológico. Por isso a Ecovias do Cerrado tem parceria com empresas e universidades para realizar pesquisas em áreas próximas nossos canteiros de obras. Esse é um compromisso que assumimos com os órgãos de licenciamento ambiental, que inclui a preservação do patrimônio histórico da região, e tem gerado significativos benefícios para a comunidade do entorno”, afirma.
O fóssil ficará a cargo da UEMG em Ituiutaba, onde serão realizados estudos para analisar, caracterizar e fornecer informações detalhadas sobre sua importância para o conhecimento paleontológico do país.
Publicado por: Badiinho Moisés
