Escrito por: Agência Futebol Interior
O Crac está fora do Campeonato Brasileiro da Série C. Em crise financeira, o Leão do Sul, que já estava em maus lençóis na tabela de classificação, optou por desistir da competição. A situação, porém, ainda pode ficar pior, pois o clube de Catalão pode ser punido pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF) com dois anos de suspensão de qualquer disputa profissional da entidade, ou de suas respectivas Federações.
A desistência foi confirmada pelo próprio presidente do clube, Elson Barbosa, e pelo técnico Moisés Egert. O mandatário garantiu que tomou a decisão, pois a situação estava incontrolável. O Crac não pôde contar com o apoio prometido da prefeitura e acabou criando uma dívida com o atual elenco de mais de dois meses de salários atrasados, que acabou deixando a situação insustentável.
“Isso já está decidido. Nós não vamos mais disputar a Série C, porque não temos recursos para isso. Falta o apoio que recebíamos antes da Prefeitura e que não recebemos mais. Os jogadores estão com os salários atrasados há dois meses e não quiseram esperar até a próxima terça-feira para dar um prazo ao clube. Então, vou informara à CBF amanhã (quarta-feira) que infelizmente estamos fora da competição”, afirmou o presidente.
Após ganhar a vaga nos tribunais, com o rebaixamento do Betim, atual Ipatinga, o Crac topou participar da Série C, pois contava com o aval da prefeitura, assim como aconteceu nos anos anteriores. Na competição, porém, sofreu com o próprio erro. Montou um time às pressas e acabou sendo punido com a perda de seis pontos, por ter escalado o zagueiro Tiago Sala de forma irregular na partida contra o Cuiabá.
Dentro de campo, o técnico Moisés Egert conseguiu arrumar o time do Crac e o fez ser competitivo. O Leão vinha beirando à zona de classificação, até que acabou sofrendo com a punição imposta pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD). O clube de Catalão perdeu seis pontos e despencou na tabela, onde acabou parando na zona de rebaixamento.
Mas, essa era o menor problema da equipe. Elson Barbosa garantiu que a prefeitura não honrou com seus compromissos, parou de investir no Crac, que não teve mais condições de bancar seus jogadores e comissão técnica. As principais peças saíram, as dívidas aumentaram e os demais atletas, muitos sem condições de se sustentarem, já que não vinham recebendo, optaram por não fazer mais parte do elenco.
“O Crac, em toda a sua existência, era bancado com investimento da prefeitura, inclusive foi assim no Goiano deste ano. Entramos para disputar a Série C esperando esse dinheiro, que não veio, então não tem como pagar os salários atrasados. Estou ciente que desistindo da competição no meio nós seremos punidos com dois anos sem poder disputar qualquer competição, mas não tem o que fazer. Hoje o Crac está com as portas fechadas, sem dinheiro. Inclusive eu quero deixar claro que o Crac está disposto a receber propostas de outros clubes que queiram disputar a competição levando o nome do time” concluiu o mandatário.
Elson Barbosa acredita que esse é o único meio do Crac não ser punido com dois anos de suspensão. Cabe agora, saber se alguma outra equipe terá o interesse e condição de disputar uma competição levando o nome de outro agremiação.
Apesar de estar realizando um bom trabalho à frente do Leão, o técnico Moisés Egert foi outro a afirmar que não tem mais o que ser feito. Com salários atrasados, o treinador guiou à equipe até onde pôde. Vale lembrar, que o Crac não perdia há quatro jogos, fato que aconteceu na última rodada para o Cuiabá.
“É uma pena. Estava acreditando que o Crac faria uma boa competição. Mesmo com as complicações financeiras, estávamos trabalhando forte para colocar o time na briga pelo G4. Antes do Cuiabá não perdíamos há quatro jogos. Brigávamos pela classificação até sermos punidos. Agora, é levantar a cabeça e seguir novos rumos”, disse o treinador.
Com a desistência da Série C, o Crac será enquadrado no Artigo 21 do Regulamento Geral da competição que diz que: um clube poderá desistir de disputar o Campeonato Brasileiro da Série C de 2014, desde que o faça com uma antecedência mínima de 30 dias do início da competição, explicando os motivos através de ofício dirigido à sua federação”
Punição: 2 anos sem disputar competições oficiais organizadas pela CBF ou suas respectivas Federações