Jincoln Barbosa fala ao Blog do Badiinho sobre polêmicas do município
“Sou do PMDB e tenho minha bandeira”
Quem esteve em nossa redação foi o presidente da Câmara Municipal de Campo Alegre de Goiás, senhor Jincoln Barbosa (PMDB). O vereador falou dos trabalhos realizados à frente da casa de leis e também de polêmica. Barbosa explicou ainda os principais motivos da abertura da Comissão Provisória de Investigação (CPI) que investiga o prefeito Thiago Mantega.
B.B: Agora que estamos praticamente encerrando o ano de 2013, conte um pouco de seu trabalho à frente do legislativo de Campo Alegre.
J.B: Este ano, fizemos um trabalho de recomposição do legislativo de Campo Alegre de Goiás. Criamos condições para que os vereadores pudessem desenvolver seus trabalhos com toda a segurança e suporte necessários. Em 45 dias, construímos oito gabinetes, todos eles dotados de uma boa infraestrutura. Os gabinetes foram equipados com telefones e computadores. Também adquirimos um veículo Ford Eco Sport zero quilômetro para Câmara Municipal, que custou R$ 68,5 mil e fica unicamente à disposição do legislativo. Fizemos também um sistema inovador dentro da Câmara Municipal com retroprojetores e datashows por onde são apresentadas imagens para vereadores e para a plenária. Disponibilizamos também o portal da transparência, uma ferramenta que possibilita que o cidadão entenda melhor o que está sendo feito. Também estamos construindo a garagem da Câmara e reconstruindo o telhado. Enfim, implantamos uma série de benfeitorias nesses nove meses.
B.B: No próximo ano teremos eleições para governador, deputados, senadores e presidente. Como o senhor avalia a participação de Campo Alegre na disputa?
J.B: Campo Alegre é uma cidade que tem mostrado estar sempre muito antenada com o que acontece no Estado. Hoje, é difícil fazer uma leitura do que possa acontecer nas próximas eleições em Campo Alegre, haja visto que há uma polarização e uma rivalidade muito grande entre os grupos do PMDB e do PSDB, do governador Marconi Perillo. Sou do PMDB e tenho minha bandeira, o partido ao qual pertenço, e defenderei tudo aquilo que for definido pelo partido. Isso vale tanto para os candidatos a deputado federal, quanto estadual e ao governo.
“Várias irregularidades foram apontadas dentro do processo”
B.B: Recentemente foi instaurada uma Comissão Provisória de Investigação (CPI) para investigar as ações do atual prefeito Thiago Mantega. Como surgiu essa CPI?
J.B: Desde o começo, colocamos que o legislativo de Campo Alegre seria independente e harmônico. Independente da administração, sempre nos pautamos por levar muito a sério o dinheiro do povo e fazer com ele fosse revertido em benefícios da sociedade campo-alegrense. Durante esse período, foi se avolumando dentro da Câmara Municipal a percepção de que haviam graves distorções dentro do legislativo. Desse modo, passamos a fazer um acompanhamento muito de perto da administração. No início do mês de agosto, foi feita uma denúncia por dois eleitores de Campo Alegre contra o prefeito. Assim, foi votada e aprovada a instalação da Comissão Provisória de Investigação (CPI) para que essas denúncias fossem investigadas e apuradas. Por meio da comissão, iremos fazer a investigação imparcial, dentro da qual será dado ao prefeito o completo direito de defesa. A investigação será conduzida com a responsabilidade e com toda a firmeza possível, mas não aquela firmeza de querer fazer valer a força, mas com a seriedade para que os fatos venham à tona e ao conhecimento de todos.
B.B: Que irregularidades foram essas apontadas pelos eleitores que fizeram a denúncia?
J.B: Várias irregularidades foram apontadas dentro do processo. Temos a falta de licitação para a contratação de serviços de mídias, que custaram quase R$ 200 mil, a construção de uma ponte no valor de R$ 85 mil que, segundo laudos que estão sendo feitos pela Universidade Federal de Goiás (UFG), já teve a interdição solicitada por várias falhas industriais. Temos também a criação de um site que custou aos cofres da prefeitura de Campo Alegre R$ 60 mil, coisa que você, que é dono de um site, sabe que isso é um valor exorbitante. Um site custaria em torno de R$ 2 mil a R$ 4 mil, dependendo de sua formatação. Temos ainda consultorias de telefones por R$ 30 mil, 500 refeições num restaurante na cidade de Ipameri, frequentado somente por advogados. Temos muitas outras denúncias dentro desta mesma CPI, como ainda a locação de um caminhão pipa por R$ 120 mil, que hoje não custa nem R$ 60 mil no mercado. Então, são muitas denúncias graves.
B.B: Vocês são do mesmo partido, do PMDB. Isso não promoverá um racha interno no partido na cidade de Campo Alegre de Goiás?
J.B: O fato de sermos do mesmo partido tem suas implicações. Porém, eu sempre disse ao prefeito: sou companheiro dele, mas nunca cúmplice.
B.B: O espaço fica aberto para as suas considerações finais
J.B: Estamos inovando em matéria de Câmara Municipal. Na história de Campo Alegre, nunca houve um legislativo tão atuante como temos hoje. Temos uma Câmara que investiga, que corre atrás. O carro que adquirimos, em apenas três meses, rodou quase 16 mil quilômetros atrás de notas fiscais, firmas fantasmas. Há ainda todo o trabalho de investigação sério em cima do portal da transparência, para o qual, até hoje, o prefeito nunca mandou um balancete para a Câmara. Já faz oito meses e nunca chegou sequer um balancete para o legislativo. Inclusive, um dos principais motivos desses eleitores pedirem a cassação do mandato do prefeito é justamente e por conta desse ato de não mandar os balancetes para a Câmara. Isso caracteriza a legitimidade das funções da Câmara. Na medida que o prefeito não envia os balancetes, a Câmara fica impossibilitada de fazer as investigações. E a população vota em um vereador para que ele investigue e faça valer o direito do cidadão de ter um gasto responsável com o dinheiro público. Isto está sendo feito a risca.
OBS: Entramos em contato com prefeito Thiago Manteca que concederá uma entrevista na próxima semana, assegurando seu direito de resposta.