Postamos aqui na última sexta-feira (19), o caso do equino que estava em situação de abandono na rua Getúlio Dias de Oliveira, no Setor Maria Amélia I. Poucas horas depois da nossa publicação, uma voluntária e protetora de animais, Thaís Fauvel, esteve no local acompanhada de um médico veterinário, e levaram o animal que apresentava um grave ferimento em uma de suas patas traseiras, para um sítio na saída de Goiandira. Porém, o estado da mula se agravou e ela foi submetida ao protocolo de eutanásia (ato de proporcionar morte sem sofrimento a um animal doente atingido por afecção incurável que produz dores intoleráveis).
A voluntária Thaís Fauvel, explicou que a mula foi avaliada por três veterinários, e que se tratava de um animal idoso e que estava bastante debilitado. A voluntária disse ainda que durante o transporte para o sítio, o osso da pata com o ferimento deslocou e ficou exposto. Segundo Thaís, o animal não aguentaria uma transferência para a cidade mineira de Uberlândia, e em Catalão não teria condições apropriadas para dar sequência ao tratamento, e a solução para que a mula não sofresse agonizando, se fez necessário o sacrifício.
A produção do Blog do Badiinho entrou em contato com o médico veterinário, Dr. Brener Amadeu, que atendeu voluntariamente o animal, e confirmou que ele foi submetido ao protocolo de eutanásia, devido as condições clínicas e o tipo de fratura.
“Essa mula, foi levada para um lar temporário, em um chácara na saída para Goiandira, sobre minha escolta e com suporte do CETAS, ou seja a Prefeitura deu todo o suporte necessário, e o protocolo de eutanásia foi realizado nesse lar temporário, porque o animal, vamos dizer, que ele acabou se machucando mais no transporte.
Fizemos esse transporte da melhor forma possível, com realização de bandagem no animal, como em algumas fotos que você (Badiinho) teve acesso, mas era uma fratura muito complicada, exposta, enfim, esse tipo de fratura é muito difícil a reabilitação, principalmente no local de onde era, ou seja, não cabia parafusos, pinos e placas, era uma fratura muito ruim. Então por isso os protocolos imediatos que a gente faz, as vezes controle de dor, analgesia que a gente fez no local, no atendimento eu fiz aplicações de anti-inflamatórios, fiz analgésicos, ou seja, fiz todo o aparato que o Médico Veterinário tem para fazer no local para controle de dor, até porque ela seria transportada e acabaria sentindo maior dor e o animal ao chegar ali (lar temporário), prostrou-se, ficou com muita dor e tivemos o registro de aumento de sangramento muito grande, e o animal perdeu muito sangue. Então, o protocolo indicado é aliviar o sofrimento do animal, e esse sofrimento do animal, infelizmente não temos meios de cirurgias aqui, é um local em que não caberia cirurgia, até porque o animal para ser transportado para fazer algum procedimento, teria que ser em um hospital veterinário, ou em Brasília-DF, Goiânia-GO ou em Uberlândia-MG e Uberaba-MG, que são os locais mais próximos com hospitais veterinários com melhores suportes por serem de universidades.
O fato é que por ser naquele momento, uma sexta-feira a noite, com universidades fechadas e a maioria não tinham plantonistas, até porque eu tenho contato com algumas universidades, e até comuniquei alguns, tentei ver se tinham algum modelo e muitos falaram por esse protocolo (eutanásia) para que o animal não viesse a sofrer muito em um novo transporte, já que era uma fratura que permitisse a realização de algum procedimento, então tivemos que fazer isso, e divergindo do que algumas protetoras falam de que é para se economizar custos, tanto é que fui chamado e a protetora pagou por todo o meu procedimento, por conta que teria um aporte legal, pois ela tinha até um lar para isso, e o protocolo de eutanásia não seria feito no mesmo dia, ele seria feito no sábado (20), após toda outra avaliação de todos nós veterinários, mas o animal teve uma piora em seu quadro clínico depois do agravamento na fratura no momento do transporte, então foi preconizado o protocolo de eutanásia. Essa suposição de que o animal teria anatasiado no lixão, isso não existiu, a chácara fica próxima ao aterro sanitário, e o animal foi descartado às 10h30 da manhã do sábado (20), então esses comentários não procedem, e o horário que eles começaram a surgir, o animal nem no aterro sanitário tinha chegado para ser enterrado. Essas conversas em redes sociais é muito ruim, pois segundo relatos de moradores próximos onde o animal estava (Alvino Albino), essa fratura e outras escoriações, ele sofreu devido um acidente com veículo de passeio na GO 330 saída para Ouvidor, próximo de um Haras, na curva de um motel, porém, não posso afirmar se realmente aconteceu, mas o animal tinha escoriações por várias regiões do corpo, disse o Médico Veterinário, Brener Amadeu Marcelino Araújo cadastrado no Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estados de Goiás (CRMV GO -8254).
Na manhã de hoje, segunda-feira (22), entramos em contato com o coordenador do Centro de Triagem de Animais Silvestres, Diogo Baldin, que explicou detalhadamente o suporte dado aos voluntários que socorreram o animal.
Segundo Baldin, o CETAS foi comunicado pelo Corpo de Bombeiros, e ao chegarem no local por volta das 15h da última sexta (19), um veterinário especialista em equinos já havia sido acionado pela voluntária. Diogo explicou também que o animal encontrava-se em estado de anemia grave, isso por decorrência da forte hemorragia provocado pelo ferimento, o qual desconfia-se que foi provocado por uma acidente, porém, não existe nenhuma ocorrência registrada pelas autoridades policiais.
O coordenador do CETAS, explicou para a nossa produção que o órgão trabalha com animais silvestres, não sendo possível leva-lo para o órgão. Durante o suporte, eles conseguiram um trailer para que o animal fosse levado para um sítio localizado na saída para Goiandira, cedido ao veterinário, para que fosse feito os atendimentos ao animal, porém, no trajeto, devido à forte anemia, o animal deitou sobre a pata fraturada e agravou mais ainda o ferimento, e ao chegarem ao local foi necessário desmontar o trailer para a remoção do animal.
Diogo Baldin, também explicou que tudo foi acompanhado pela voluntária que se dispôs a ajudar o animal após os moradores fazerem a denúncia.
Assim que conseguiram descer o animal, foi feito uma sedação e com registro de alterações cardíacas. Mas o processo de eutanásia, começou por volta das 21h de sexta-feira, e o animal foi levado para o aterro sanitário somente na manhã do dia seguinte para que fosse enterrado.
O protocolo de eutanásia segue as determinações padrões da medicina veterinária, para impedir que o animal tenha morte lenta e agonizante após descartadas todas as hipóteses de tratamento.
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Escrito por: Badiinho Filho