Medidas visam identificar crianças e adolescentes matriculados que estão fora das salas de aula e combater a evasão escolar no Estado
Com o início do segundo semestre letivo, as instituições de ensino da rede estadual de Goiás trabalham para identificar as crianças e adolescentes matriculados que estão fora da escola. A medida é parte do programa Busca Ativa Escolar: Acolher para Permanecer, lançado pelo Governo de Goiás em outubro do ano passado com a proposta de combater a evasão escolar no Estado.
Na última sexta-feira (12/8), as equipes escolares se reuniram em um webinário sobre boas práticas de Busca Ativa Escolar. O encontro, realizado pela Secretaria de Estado da Educação (Seduc) em parceria com o Instituto Unibanco, possibilitou a apresentação de iniciativas que tem surtido efeito no resgate de estudantes infrequentes.
Dentre as boas práticas apresentadas está o projeto Amigo Anjo, desenvolvido no Colégio Estadual Vasco dos Reis Gonçalves, em Luziânia. Idealizada pela professora de Matemática, Fabiane Cabrine, a ação consiste na divisão da turma em grupos de quatro integrantes com funções específicas – um líder, um cuco, um relator e um redator. Juntos, eles controlam entre si as faltas e a entrega de atividades.
Partindo do princípio da corresponsabilização, a intenção é fazer com que os estudantes auxiliem no apoio e na supervisão aos colegas. De acordo com a professora, a iniciativa resultou na redução do número de faltas no turno noturno e na entrega de 100% das atividades propostas no final do primeiro semestre. Diante do sucesso, a ação está sendo ampliada e deve ser adotada por outros professores da escola.
Engajamento de todos
Durante o webinário, a superintendente de Organização e Atendimento Educacional da Seduc Goiás, Patrícia Coutinho, destacou a importância de ações de monitoramento, acompanhamento e acolhimento aos estudantes dentro da rede estadual. “O Dia D da Busca Ativa procura garantir o direito à Educação”, afirmou ela.
Na ocasião, a presidente-executiva do Instituto Articule, Alessandra Gotti, apresentou um quadro da evasão escolar no Brasil e as possibilidades para o desenvolvimento de ações articuladas entre os poderes público e a sociedade civil. De acordo com ela, cerca de 1,4 milhão de crianças e adolescentes estavam fora da escola durante a pandemia, número que representa um retrocesso de quase duas décadas. “Para que a gente mude esse quadro é fundamental encontrar os estudantes, conscientizar as famílias e ativar a rede de proteção social”, ressaltou.
No mesmo tom, o gestor de Implementação de Projetos do Instituto Unibanco, Gabriel Medina, exaltou a necessidade de um engajamento coletivo em prol da conquista da conscientização da juventude para a Educação. “Uma estratégia não deve ser só estatal, mas civil, porque a gente sabe o quão isso é determinante para o futuro das próximas gerações”, concluiu.
Busca Ativa Escolar: Acolher para Permanecer
Lançado pelo Governo de Goiás em 2021, o programa Busca Ativa Escolar: Acolher para Permanecer consiste em uma metodologia social, aliada a ferramentas tecnológicas, que visa auxiliar no mapeamento das crianças e adolescentes que estão fora da escola.
No guia do programa, escolas e educadores encontram uma série de informações para o planejamento de ações de busca ativa e sobre o fluxo de etapas de Busca Ativa que deve ser seguido pelas unidades escolares.
A estratégia é parte da iniciativa Fora da Escola não Pode, realizada pelo UNICEF e elaborada em conjunto com a União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime) e o Colegiado Nacional de Gestores Municipais de Assistência Social (Congemas).
Publicado por: Badiinho Moisés/Com informações da Secretaria de Estado da Educação – Governo de Goiás