Goiás teve uma redução na maioria das categorias de crimes, segundo estatísticas oficiais da Secretaria de Segurança Pública e Administração Penitenciária de (SSPAP). De 12 naturezas de crime levantadas pela reportagem do Jornal O Popular, houve diminuição de ocorrências em nove casos, quando comparados os primeiros semestres de 2016 e deste ano. A principal queda foi no número de latrocínios, que caiu pela metade, e em crimes patrimoniais, como roubo de veículo, em comércio e residência.
Das três categorias que tiveram aumento de ocorrências, se destaca o furto de celular, com 49,5% de crescimento, seguida pelo aumento de roubo do aparelho e furto em residência. Apesar da melhora nos índices apresentados pela Gerência do Observatório da SSPAP, a população ainda demonstra se sentir insegura ao procurar cada vez mais por empresas de segurança privada.
O comandante-geral da Polícia Militar de Goiás (PM-GO), coronel Divino Alves, reconhece a dificuldade de prevenir o roubo e o furto a transeuntes, como é o caso de furtos de celular. Ele explica que esse tipo de crime é combatido atualmente com a presença de cinco viaturas permanentes na linha do Eixo-Anhanguera e cita uma nova tecnologia que vai permitir que a vítima de subtração de celular bloqueio o aparelho através do número 190.
Alves indica o maior combate ao tráfico de drogas como um das principais ações para combater o homicídio e os crimes patrimoniais. “Hoje, cerca de 70% dos crimes de homicídio têm relação muito próxima do tráfico de drogas”, afirma o coronel, que cita a apreensão de cerca de 14 toneladas de drogas no Estado este ano.
O comandante reconhece o desafio de diminuir os índices mesmo com o baixo efetivo policial. No entanto, ele cita a entrada de 2,5 mil novos concursados e a tramitação de um novo concurso para a PM. “Não adianta você colocar três mil policiais nas ruas, se não roçar mato, trocar iluminação. Efetivo é importante, claro, mas associado a outros fatores”, aponta Alves.
Horas extras
No caso da Polícia Civil, o déficit no efetivo foi suplementado com o maior quantidade de horas extras tanto de delegados quanto de agentes, conta o delegado-geral da Polícia Civil de Goiás, Álvaro Cássio dos Santos. Ele afirma que desde o início de 2016 houve o aumento de cerca de 100% na quantidade de horas extras pagas e trabalhadas na Polícia Civil.
Cássio também confirma a relação entre o combate ao tráfico de drogas e a queda de homicídios. Ele destaca o trabalho em conjunto das delegacias que investigam homicídio e tráfico contra os grupos rivais ligados aos traficantes Thiago Topete e Interley. A disputa entre os grupos era responsável por muitos homicídios na capital. “Na época deu um impacto com certeza, mas não foi determinante”, diz.
O delegado-geral também aponta uma maior parceria com o Ministério Público e a Justiça, com o maior número de aceitação de prisões preventivas. Além disso, ele garante que houve um maior número de operações em todo o Estado, principalmente no cumprimento de mandados de prisão.
Responsável pela SSPAP, o secretário Ricardo Balestreri aponta três motivos para a queda na maioria dos crimes em Goiás: A automotivação da polícia goiana, que mesmo com o déficit de efetivo e de capitação tem bons salários, quando comparados ao de outras unidades da federação, segundo Balestreri; o trabalho da Superintendência de Inteligência Integrada, com o mapeamento do crime organizado; e o da Superintendência de Ações e Operações Integradas, na organização de atividades conjuntas entre diferentes tipos de forças policiais.
O Popular apurou que a diminuição na taxa de crimes em Goiânia é maior que na média do resto do Estado. Questionado sobre isso, Balestreri disse ser natural uma maior saturação policial na capital, por conta do tamanho populacional e a complexidade da cidade, mas que as cidades do interior têm a mesma importância.
Escrito por: Redação/Fonte: Jornal O Popular
Foto: Reprodução/O Popular