A campanha brasileira de vacinação contra a Covid-19 prevê que as pessoas com o esquema vacinal completo recebam uma dose de reforço quatro meses após a aplicação da última injeção. O prazo estipulado leva em conta estudos que mostram a queda gradual dos níveis de anticorpos neutralizantes que combatem o coronavírus.
Segundo reportagem do Metrópoles, a indicação de reforço também vale para as pessoas que tenham sido diagnosticadas com Covid-19 recentemente. No entanto, elas devem respeitar um prazo de quatro semanas após a infecção para receberem mais uma dose do imunizante.
O período de quatro semanas após o início dos sintomas ou do diagnóstico positivo é indicado para todas as pessoas, incluindo as imunocomprometidas. A infectologista Joana D’arc Gonçalves, mestre em medicina tropical pela Universidade de Brasília (UnB), explica que respeitar o prazo é importante para garantir a eficácia do imunizante. “A vacina com um intervalo menor que quatro semanas após a infecção tem risco de ser inativada pelos anticorpos circulantes produzidos durante a doença“, detalha.
Proteção pós-infecção
Embora o organismo produza naturalmente uma resposta imunológica contra o vírus, os cientistas ainda tentam estabelecer qual é o nível de proteção gerado e por quanto tempo ela irá durar. A resposta imunológica ocasionada pelas vacinas, por sua vez, é bem definida e observada em estudos clínicos com dezenas de milhares de voluntários em todo o mundo.
“Após se recuperar da Covid-19, a maioria dos indivíduos terá alguma proteção contra infeções repetidas, no entanto, reinfeções ocorrem. Ainda há muito que aprender sobre esse tema, alguns estudos têm demonstrado que não estar vacinado foi associado a 2,34 vezes mais chances de reinfeção em comparação com estar totalmente vacinado”, destaca Joana D’arc Gonçalves.
Além disso, existem evidências de que as respostas de anticorpos após a vacinação fornecem melhor neutralização do que a infecção natural
Publicado por: Badiinho Moisés