Uma família de um estudante autista de 12 anos denunciou um incidente de agressão ocorrido em uma escola estadual de Goiandira, cidade localizada na região sudeste, a cerca de 18 quilômetros de Catalão. Segundo a tia do aluno, Poliana Aparecida, o garoto teve parte da orelha arrancada por um colega de 16 anos durante uma briga no refeitório da escola.
De acordo com Poliana, uma agressão aconteceu na terça-feira (23), depois que o adolescente provocou o estudante autista com tapas e o imobilizou usando uma gravata. Na tentativa de se defender, o garoto mordeu o dedo do agressor, mas acabou sofrendo a perda parcial da orelha. A tia relata que seu sobrinho vinha sendo alvo de importunações por parte do suspeito há meses e que já havia informado o caso à diretora da escola, sem que nenhuma medida fosse tomada.
Segundo Poliana, a estudante autista relatou ter sido agredida com tapas no pescoço, o que o levou a buscar a coordenação para reclamar. Após retornar à sala de aula, o garoto foi novamente agredido pelo mesmo aluno. Ao buscar ajuda da diretora, ela informou que resolveria o problema após o recreio. No refeitório, o estudante autista foi novamente alvo de agressões, e em um momento de confusão, acabou lançando um copo de suco em direção ao agressor, mas sem acertá-lo.
O estudante agredido foi encaminhado ao Hospital Estadual de Urgências Governador Otávio Lage de Siqueira (Hugol), em Goiânia, onde recebeu alta logo em seguida. Apesar disso, quase uma semana após o incidente, ele ainda relata sentir dores e expressar seu desejo de não retornar à escola.
A família está consternada com o ocorrido e relata que o incidente traumatizou o estudante, que se mostra assustado e apresenta mudanças comportamentais, como o choro frequente e a retração na comunicação. O aluno está tomando medicação e aguardando a realização de um enxerto para tratar sua lesão na orelha. A diretora da escola é apontada como responsável por não ter dado atenção devida ao caso, o que poderia ter evitado essa agressão.
Até o momento, a Secretaria de Estado da Educação não se manifestou sobre o assunto.
Publicado por: Badiinho Moisés/Com informações do G1 Goiás