Escrito por: Badiinho Filho/Com informações do site Jornal O Popular/Contribuição: Marcley Matos D.G
Fotos: Reprodução
O estudante Mateus Ferreira da Silva, 33 anos idade, agredido por um policial militar durante a manifestação contra a reforma trabalhista no Centro da grande Goiânia, ainda segue internado em estado grave na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital de Urgência de Goiânia (HUGO).
O estudante de Políticas Públicas da Universidade Federal de Goiás (UFG), foi acertado com uma pancada de um cassetete de um capitão da Polícia Militar, enquanto corria pela Avenida Goiás, no Centro da capital de Goiás.
Segundo matéria do Jornal O Popular, a agressão foi no momento em que um grupo de Black Bloc invadiram a manifestação, o que gerou tumulto, porém, em vídeo divulgado no Instagram do jornal, mostra que o estudante Mateus caminhava no momento em que foi acertado pelo policial.
Assistam o vídeo:
Em nota emitida na manhã de hoje, o Hospital de Urgências de Goiânia (HUGO), informou que o paciente Mateus Ferreira da Silva, 33 anos, permanecia em estado grave, internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), sedado e intubado.
UFG, MP-GO, PM e SSPAP emitem notas
Várias instituições emitiram notas de repúdio contra o ato de violência feito pelo policial militar, entre elas, o Ministério Público, a UFG, Secretaria de Segurança Pública e Administração Penitenciária (SSPAP) e a própria Polícia Militar.
Seguem as notas na íntegra:
UFG repudia violência sofrida por estudante durante manifestação
A Universidade Federal de Goiás (UFG) repudia a violência sofrida pelo estudante de Ciências Sociais desta instituição, Mateus Ferreira da Silva, agredido por um policial militar durante manifestação no centro de Goiânia nesta sexta-feira (28/4). A UFG é histórica defensora do direito à livre manifestação e condena com veemência atos de repressão que venham a cercear esse princípio democrático.
O reitor da UFG, Orlando Amaral, irá cobrar da Secretaria de Segurança Pública e Administração Penitenciária a adequada apuração dos fatos e a punição dos responsáveis. A SSPAP informou que já foi instaurado um procedimento para investigar a atuação dos policiais militares que estavam envolvidos direta ou indiretamente na agressão.
A UFG também acompanha o atendimento ao estudante Mateus Ferreira da Silva no Hospital de Urgências de Goiânia, onde está internado em estado grave. Mateus teve traumatismo cranioencefálico e múltiplas fraturas.
A UFG reitera que defende a legitimidade de manifestações pacíficas como um direito irrestrito de toda a população e, sobretudo, da comunidade universitária, na luta por uma sociedade mais justa e democrática.
Nota do MP-GO
O Ministério Público do Estado de Goiás, por meio do seu Grupo Especial de Controle Externo da Atividade Policial (GCEAP), repudia por completo as agressões sofridas pelo estudante Mateus Ferreira da Silva e de qualquer outro cidadão durante as manifestações desta sexta-feira (28/04), no Estado de Goiás.
Abusos e excessos de qualquer agente público não serão tolerados pelo Ministério Público como defensor dos direitos e garantias fundamentais e órgão incumbido de exercer o controle externo da atividade policial.
O MP, como defensor da democracia, não medirá esforços para apurar eventuais casos de abusos, bem como responsabilizar, nos termos da lei, aqueles que tenham praticado ilegalidades.
Dessa forma, o GCEAP acompanhará a apuração dos fatos relatados para individualizar eventuais desvios de conduta que vão de encontro ao nosso Estado Democrático de Direito e para isso reafirma que as portas da instituição estão abertas para atender qualquer cidadão que tenha tido violados seus direitos fundamentais.
NOTA-SSPAP
A Secretaria de Segurança Pública e Administração Penitenciária (SSPAP) condena veementemente as agressões sofridas pelo estudante Mateus Ferreira da Silva, de 32 anos, do curso de ciências sociais, da Universidade Federal de Goiás (UFG), ocorridas durante as manifestações desta sexta-feira (28/04), no centro da Capital. Tais agressões não condizem com as tradições e o legado histórico da Polícia Militar de Goiás, que tem uma trajetória de grandes serviços prestados à sociedade e ao estado.
A SSPAP não compactua com esses atos que ferem a ética da corporação e das demais forças que compõem a Segurança Pública, cuja missão é proteger vidas e jamais atentar contra qualquer cidadão. As livres manifestações, desde que pacíficas e ordeiras, são um direito constitucional e legítimo de todos os brasileiros e devem ser respeitadas e preservadas por todos.
Mesmo quando houver eventual expressão de condutas delituosas, sempre minoritárias, essas devem ser reprimidas com rigor e cuidado técnico pela polícia, até em defesa do conjunto de manifestantes, mas sem jamais utilizar-se de recursos anti-éticos e perversos, causadores de graves e desnecessárias lesões. A exigência de imobilização de eventuais manifestantes, nunca justificará a transgressão de limites, o abuso e a truculência. A única resposta aceitável é a boa e rigorosa técnica.
Diante disso, o comandante-geral da Polícia Militar de Goiás, coronel Divino Alves, determinou o imediato procedimento para investigar a atuação dos policiais militares que ocasionaram as agressões ao estudante Mateus Ferreira da Silva.
A Secretaria de Segurança Pública e Administração Penitenciária, uma vez comprovada a autoria, será rigorosa na punição administrativa e no encaminhamento para a esfera judiciária, até para demonstrar cabalmente a sua contraposição aos desvios e o seu apoio à imensa maioria dos policiais que atua com correção moral e autocontrole.
Secretaria de Segurança Pública e Administração Penitenciária (SSPAP)