Na última sexta-feira, 09, Heltom Antônio Rita, 42 anos de idade, morreu após uma abordagem policial, ocorrida no Jardim Europa, em Catalão. Aos familiares, foi repassado a informação de que ele teria sido abordado ao apresentar visíveis sinais de embriaguez, passou por teste de bafômetro, e durante o trajeto para a delegacia de polícia de Catalão, Heltom teria passado mal, chegando já desacordado na Unidade de Pronto Atendimento de Catalão (UPA), onde teve o óbito constatado por um médico plantonista que estava no local.
A repercussão de grandes proporções nas redes sociais durante todo o final de semana, aumentou ainda mais após os familiares contestarem as alegações da Polícia Militar, pois segundo estes familiares, Heltom não tinha nenhum problema de saúde, os quais afirmam que Helton também apresentava alguns hematomas (cotovelo) que não tinham em seu corpo quando saiu de casa. Em entrevista a uma emissora de rádio local, a mãe de Helton afirmou ter visto um machucado em seu cotovelo, após analisar todo o corpo do filho.
“Eles pararam para fazer xixi de madrugada e foram abordados pela GPT. Eles mandaram o menino embora e colocaram o Heltom no camburão por estar bêbado. Algum tempo depois ligaram para avisar que ele sofreu um infarto fulminante”, assim disse um familiar do homem.
Ontem, domingo, 11 de março, o Blog do Badiinho publicou matéria sobre o caso, e em um curto espaço de tempo centenas de pessoas comentaram no link da matéria, os quais a maioria dos que interagiram na publicação, cobram rigor nas investigações sobre o caso. Em um dos comentários, uma pessoa amiga da família publicou um depoimento, onde afirma ser a mãe de Heltom Rita a autora das declarações.
Em nota, a Polícia Militar disse que a princípio, não houve nexo causal entre a ação policial militar, executada em conformidade com a legislação vigente, e o lamentável falecimento do Sr. Heltom Antônio Rita. Não obstante, será instaurado Inquérito Policial Militar para apurar o caso. O 18º Batalhão de Polícia Militar está à disposição dos familiares.
A Polícia Civil informou que o laudo cadavérico ficará pronto em 10 dias, e em nota enviada a este Blog, disse que a Polícia Civil foi comunicada, que de imediato requisitou exame cadavérico no Instituto Médico Legal (IML), afirmando também que tem que aguardar o resultado do laudo.
Leiam nota da PM
Nota à Imprensa
O 18º Batalhão de Polícia Militar manifesta seu pesar pelo falecimento, ocorrido por causas naturais, do senhor Helton Antônio Rita e se solidariza com a dor de seus familiares e amigos. Por volta das 21h20 de sexta-feira 09 de março de 2018, o veículo conduzido pelo Sr. Helton foi submetido à abordagem e fiscalização de rotina previstas nos Artigos 276 e 277 da Lei 9.503/97, fundamentadas também no Art. 78 da Lei 5.172/66, no Art. 240 parágrafo 2º e no Art. 244, ambos do Decreto-Lei 3.689/41.
Durante os procedimentos operacionais padrão de abordagem policial e fiscalização de trânsito, foi constatado que o Sr. Helton conduzia veículo automotor apresentando um conjunto de sinais que demonstrava nítida alteração de sua capacidade psicomotora, indicando com clareza o seu estado de embriaguez. Dentro do veículo foi encontrada uma garrafa vazia de bebida alcoólica. Tal situação, além de colocar em risco a integridade física e o patrimônio dos demais condutores de veículos e pedestres, configura infração e crime de trânsito previstos respectivamente nos artigos 165 e 306 do Código de Trânsito Brasileiro.
Atendendo ao que determina o Inciso IX do Art. 269 , o Art 277 caput e o Art. 306 parágrafo 2º da Lei 9.503/97, o Sr. Helton foi submetido à teste de alcoolemia realizado com uso de etilômetro aprovado pelo INMETRO e em verificação metrológica anual, cujo resultado de dosagem de alcoolemia foi de 0,36 g/L, valor superior ao tolerado pela Resolução nº 432/2013 do CONTRAN que é 0,34 g/L, o que obrigatoriamente ensejou, além das medidas administrativas, a detenção do autor. Nos termos da Súmula Vinculante 11 do STF, o Sr Helton foi conduzido em viatura policial dentro de compartimento especialmente preparado para tal. Durante o deslocamento, os policiais militares perceberam que o Sr. Helton estava desacordado e imediatamente prestaram socorro encaminhando-o para a Unidade de Pronto Atendimento de Catalão, onde o Sr. Helton foi rapidamente atendido por equipe médica.
De acordo com familiares, o Sr Helton era acometido de hipertensão arterial. Conforme relatório médico anexo emitido pelo Dr.Michel Henrique F. Santa Cruz (CRM-GO 12.541) a morte ocorreu por causas naturais, a saber, parada cardíaca. Portanto, aprincípio, não houve nexo causal entre a ação policial militar, executada em conformidade com a legislação vigente, e o lamentável falecimento do Sr. Helton Antônio Rita. Não obstante, será instaurado Inquérito Policial Militar para apurar o caso. O 18º Batalhão de Polícia Militar está à disposição dos familiares.
Carlos José da Silveira – Tenente Coronel QOPM Comandante do 18º BPM
“A Polícia Civil recebeu o boletim de ocorrência da Polícia Militar onde consta que ele foi abordado no Jardim Europa com suspeita de embriaguez ao volante, e, após ser feito o teste de bafômetro que foi positivo, quando deslocavam para a UPA para exame médico para fins de autuação em flagrante, perceberam que o mesmo estava desacordado no viatura da PM, tendo então, já na UPA, sido constatada sua morte.
A Polícia Civil foi comunicada e de imediato requisitou exame cadavérico no Instituto Médico Legal (IML). A Polícia Civil irá aguardar o resultado do laudo cadavérico.”
Durante toda a manhã de hoje, segunda-feira, 12, a mãe Helton Antônio Rita, 42, o Comandante do 18º BPM, Tenente Coronel Carlos José da Silveira e o delegado de polícia responsável pelo caso, Vitor Magalhães, conversaram com a imprensa local hoje pela manhã, os quais serão reproduzidos em novo post a ser publicado em breve.
Escrito por: Badiinho Filho
Fotos: Reprodução