A caneta amarela é até citada na música, apenas de passagem, e logo é esquecida. A tonalidade favorita de Van Gogh não goza do mesmo prestígio com o maranhense Manoel Gomes, cujo coração pertence ao azul. Entretanto, este relacionamento monocolor foi manchado pelo cinza da saudade quando a amada caneta azul se esvaiu das mãos do estudante.
De coração partido e tomado pela saudade da caneta escanteada pelo Enem – que aceita unicamente a preta em suas provas – o autor compôs esta música, que na verdade é um apelo suplicando pelo retorno de sua amada. Inspirado por esta dor, ele conseguiu superar o obstáculo de ter uma paleta de cores reduzida, tingiu e atingiu o sucesso com um hit que viralizou em todo Brasil.
“Caneta azul, azul caneta”, inicia assim a ode ao objeto de cor mais quente que está marcado “na sua letra”. Logo após, ele relembra a época em que ia ao colégio munido de sua inseparável companheira. A rotina foi interrompida quando Manoel a perdeu, como ele mesmo narra. “Eu peço, por favor, quem encontrou, me entrega ela”, suplica.
E a famigerada caneta azul estourou – sem manchar de tinta o bolso de ninguém – em todo Brasil. Um dos vídeos da canção, postado no dia 18 de outubro, já soma quase 1,5 milhões de visualizações no Youtube. Além disso, o sucesso fez o maranhense ser convidado pelo Cantor Thiago Brava ir até Palmas, no Tocantins, para cantar o seu hit na frente milhares de pessoas. Assista o vídeo original e o concerto do cantor:
E os famosos também entraram na onda. Fabiana Carla, Rodrigo Faro, Tirulipa e Simone, dupla de Simaria, compartilharam vídeos recitando a canção. Até o presidente Jair Bolsonaro, que curiosamente também utilizou uma caneta azul para assinar a sua posse, apareceu cantando o hit chiclete em uma montagem – este através de um vídeo deepfake, feita pelo ilustrador Bruno Sarttori.
Escrito por: Redação/Correio