No dia seguinte ao do enterro da cantora Marília Mendonça, fãs da artista foram até o cemitério Parque Memorial de Goiânia, neste domingo (7), para ver o túmulo dela e prestar uma última homenagem.
A dona de casa Edna Alves, 29 anos, estava no cemitério para o enterro de um sobrinho, mas tirou um tempo para ir ao túmulo de Marília. Ela estava acompanhada da filha Jamilly, 8, que adora as músicas da artista, morta em um acidente aéreo, aos 26 anos.
“Não teve quem não sentisse [a morte da Marília]. A gente se põe no lugar dela, ainda mais porque ela tinha filho pequeno. É muito triste. Ela era tão jovem. A gente ainda não acredita. Deixou o mundo inteiro triste”, lamentou Edna. “Ela se foi, mas vai permanecer no nosso coração. A música dela fará ainda mais sucesso a partir de agora”, completou.
Fanático por música sertaneja, o vendedor Fabio Augusto Urbanski, 30, disse ainda não acreditar na morte de Marília. “Ela era o tipo de pessoa de quem a gente queria ser amigo. É uma dor muito grande. A impressão que dá é que estamos em um pesadelo que nunca vai acabar. Só tenho a desejar muita força para a família”, comentou.
Fabio Augusto disse que Marília despertou sua atenção antes mesmo de iniciar a carreira como cantora. “Ela escrevia muitas músicas que eram gravadas por outros cantores. Tínhamos um grande talento escondido, uma pessoa de outro nível. E, quando ela subiu aos palcos, chegou com aquela voz maravilhosa. Foi impressionante”, recordou. “Vai deixar muita saudade. Era uma pessoa que eu poderia acompanhar por mais 60 ou 70 anos tranquilamente. Ela tinha toda uma carreira pela frente”, acrescentou.
As irmãs Lucélia de Fátima Araújo, 60, e Leone Aparecida de Araújo, 62, ambas funcionárias públicas, também foram ao cemitério. Lucélia gostava de Marília por conta da personalidade da cantora e por ela ter aberto as portas da música sertaneja para mais mulheres. “Ela sempre foi muito guerreira defendendo a classe feminina. Uma mulher muito doce, meiga e humilde. Iria chegar a um patamar de sucesso muito grandioso não fosse essa tragédia”, comentou.
As irmãs acompanharam pela televisão, neste sábado (6), o velório de Marília e o cortejo que levou o corpo da cantora do ginásio Goiânia Arena para o cemitério Parque Memorial. Leone ficou emocionada com o carinho dos fãs e se impressionou ao ver a cidade parada para se despedir da artista.
“Quantas mil pessoas pararam o que estavam fazendo só para acenar ao caminhão? Goiânia deu mostra de carinho. Somos cidade sertaneja, e temos que abraçar esse título. O que o público mostrou foi muito emocionante. A Marília era uma maravilha de ser humano. A morte dela nos deixou muito abalados”, frisou.
O público foi impedido de entrar no cemitério durante o sábado, já que a cerimônia de sepultamento foi reservada à família e a amigos da cantora, mas a entrada no cemitério foi liberada neste domingo.
Sobre o túmulo de Marília Mendonça, muitas coroas de flores foram colocadas por artistas. Uma delas tinha formato de violão, instrumento que a cantora tocava.
Coroas mandadas pelo governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM), e por já tradicionais nomes do sertanejo, como Zezé Di Camargo e Luciano, Chitãozinho e Xororó e Bruno e Marrone, estavam ao lado de outras enviadas por nomes que despontaram no gênero musical na mesma época do surgimento de Marília, como Henrique e Juliano, Marcos e Belutti, Israel e Rodolffo e Maiara e Maraisa, amigas próximas e parceiras de trabalho de Marília no projeto Patroas.
Durante o velório da cantora, esses arranjos foram colocados ao redor do espaço destinado à família e a amigos próximos e em parte de uma das arquibancadas da Goiânia Arena.
Marília Mendonça morreu na sexta-feira (5), após a queda do avião em que estava, na serra de Caratinga, em Minas Gerais. A cantora viajava a trabalho e faria shows pelo estado.
Publicado por Badiinho Moisés com informações do R7