Nesta terça-feira (7), o estado de Goiás ganhou destaque nacional por ser o líder em pesquisas eleitorais, com 162 registros, o maior número entre todos os estados brasileiros. Desde o início do ano, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) registrou um total de 1.127 pesquisas eleitorais, um número quatro vezes maior do que durante o último ciclo de eleições para prefeito e vereador.
Uma das pesquisas mais caras foi contratada pelo Partido Liberal (PL) em Goiás, que desembolsou R$ 34 mil para avaliar a viabilidade do deputado Gustavo Gayer como pré-candidato ao cargo de prefeito. O gasto reflete as dificuldades internas do partido para estabelecer um consenso em torno de Gayer, apesar do anúncio oficial de sua pré-candidatura. Segundo reportagem do jornal O Globo, o PL investiu no levantamento para lidar com a resistência interna à candidatura de Gayer.
Dos 1.127 levantamentos registrados pelo TSE, 573 também incluíram pesquisas para o cargo de vereador, sinalizando um interesse crescente no mapeamento do cenário político local.
O aumento no número de pesquisas é acompanhado por uma proliferação de pequenos institutos de pesquisa. Segundo o professor e pesquisador Luiz Signates, entrevistado pelo Diário de Goiás, muitos desses institutos são geridos por pessoas sem formação adequada ou experiência no campo. Ele destaca que isso pode explicar por que um estado relativamente pequeno, como Goiás, registrou uma quantidade tão alta de pesquisas em comparação com outros estados.
O TSE registrou um número recorde de pesquisas eleitorais em 2024, o maior desde que a série histórica começou em 2012. Até agora, 500 dessas pesquisas (44,4%) foram autofinanciadas, ou seja, pagas pela própria empresa que conduziu a sondagem. Esse modelo de autofinanciamento não requer que a empresa preste contas sobre a origem do dinheiro, levantando preocupações e debates no Congresso Nacional sobre transparência e confiabilidade.
A distribuição geográfica das pesquisas mostra uma tendência ao crescimento à medida que o período eleitoral se aproxima. No início do ano, foram registradas 107 pesquisas em janeiro, 188 em fevereiro, 422 em março e 433 em abril.
O ranking dos estados com maior número de registros é liderado por Goiás com 162, seguido por Piauí com 148 e São Paulo com 115. Entre as regiões do Brasil, o Nordeste lidera com 538 pesquisas, seguido pelo Centro-Oeste com 237, o Sudeste com 226, o Norte com 145 e o Sul com apenas 41 registros.
À medida que as eleições municipais de 2024 se aproximam, o aumento das pesquisas eleitorais sugere um cenário político altamente dinâmico e imprevisível.
Escrito e publicado por: Badiinho Moisés/Informações do Diário de Goiás
