O governador Ronaldo Caiado criticou as propostas apresentadas pelo governo federal na PEC da Segurança Pública, apresentada em reunião entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e os governadores, em Brasília. Durante o encontro, Caiado defendeu que a União e o Congresso deveriam aprimorar as leis, permitindo maior autonomia para que os estados possam atuar de forma independente na área de segurança pública.
Para Caiado, é fundamental que a nova legislação permita aos estados mais liberdade para administrar questões penitenciárias. Ele pediu ao presidente que a PEC inclua a prerrogativa para que os estados legislem sobre temas de segurança e administração de presídios, visando um combate mais efetivo ao crime organizado. “Temos que enfrentar o crime com seriedade, ou ele tomará conta dos estados e do país”, afirmou.
O governador destacou ainda que cada estado possui características específicas em relação à segurança, e que a PEC, ao impor uma regra única, limita as ações estaduais. Ele ressaltou a importância do governo federal atuar como um apoio e não como uma autoridade centralizadora, chamando de “inversão completa” a sobreposição das leis federais sobre as estaduais. Além disso, Caiado enfatizou a necessidade de políticas para combater o tráfico de drogas com países vizinhos e o uso de satélites para monitorar as fronteiras. O governador também apontou o aumento das facções criminosas no Brasil, que, segundo ele, estão infiltradas em empresas de diversos setores para lavagem de dinheiro, além de influenciar instituições como o Poder Judiciário e partidos políticos.
Em relação à segurança em Goiás, Caiado destacou que essa é uma prioridade desde o início de sua gestão, com investimentos em infraestrutura, pessoal e tecnologia. Segundo ele, o estado possui batalhões altamente qualificados e uma forte rede de inteligência e cooperação entre as polícias estaduais e federais, o que trouxe uma queda significativa nos índices de criminalidade, como os roubos a veículos, que tiveram redução de 93,18% entre 2018 e 2024. “Quando impusemos regras nas penitenciárias de Goiás, o crime acabou. Não há mais ‘escritório do crime’ dentro dos presídios”, afirmou.
Na reunião, o presidente Lula reforçou a importância do diálogo antes de enviar a PEC ao Congresso, destacando que o crime organizado opera em diversos setores, até mesmo internacionalmente. O ministro Ricardo Lewandowski apresentou o projeto aos governadores, destacando as mudanças propostas para o regime de segurança pública no Brasil.
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Escrito e publicado por: Badiinho Moisés