Tendo em vista a necessidade de reduzir a lista de espera por cirurgias eletivas em Goiás, o Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado da Saúde (SES-GO), anunciou o início da primeira fase do programa de cirurgias eletivas do Ministério da Saúde. Os recursos financeiros para a execução das cirurgias foram repassados aos 40 municípios goianos responsáveis pela realização dos procedimentos, como parte do programa coordenado pelo Governo Federal. Nessa fase inicial, o valor total repassado será de R$ 20 milhões, o que permitirá a conclusão de aproximadamente 10 mil cirurgias.
A expectativa é de que, em média, 900 procedimentos sejam realizados por semana em 68 hospitais privados e municipais credenciados. Para agilizar o processo, o Estado de Goiás complementará os valores dos procedimentos, pagando o dobro da tabela SUS, a fim de incentivar unidades particulares e de alguns municípios a executarem as cirurgias. Dessa forma, o Governo de Goiás também investirá R$ 20 milhões no programa.
O secretário estadual da Saúde, Sérgio Vencio, anunciou o início das cirurgias eletivas durante uma coletiva de imprensa. Ele destacou um dos desafios enfrentados pelo Sistema Único de Saúde (SUS), que é a falta de recursos adequados, uma vez que os repasses do Ministério da Saúde (MS) não são suficientes para cobrir os custos. Vencio enfatizou que, em Goiás, os gastos com saúde totalizam R$ 2,3 bilhões, sendo que o MS contribui com apenas 10% desse valor, enquanto o restante é financiado pelo tesouro estadual.
De acordo com Vencio, houve uma reorganização do sistema, permitindo a unificação nominal da lista de espera. Isso possibilitou que cada executor municipal planejasse, em conjunto com os acompanhamentos de serviço, um cronograma para a execução das cirurgias. O secretário também mencionou que têm sido feitos esforços junto aos parlamentares para que sejam destinadas emendas específicas para que cidades possam realizar as cirurgias eletivas, com o objetivo de zerar a lista de espera em alguns locais determinados.
Nesta primeira etapa do programa, serão realizadas cirurgias gerais, ginecológicas, oftalmológicas, otorrinolaringológicas e ortopédicas. Cada município executor organizará, a partir da lista única de espera, o cronograma para a realização desses procedimentos, levando em consideração o possível de tempo de espera, ou seja, aqueles que esperam há mais tempo terão prioridade. Normalmente, o responsável do hospital pelo procedimento entrará em contato com cada paciente para agendar a avaliação e a cirurgia.
Luís Ferreira de Andrade, um gari de 50 anos de Senador Canedo, é um dos pacientes beneficiados pelo programa, aguardando uma cirurgia de infecção. Ele expressou sua felicidade ao receber a ligação autorizando o procedimento infeccioso, uma vez que a pandemia havia causado a paralisação dos serviços. Luís acredita que sua vida voltaria ao normal após a conclusão da cirurgia.
Haikal Helou, presidente da Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade do Estado de Goiás (Ahpaceg), prevê que, em um ano, a lista de espera alcançará os padrões de países europeus e do Canadá, onde o tempo de espera por cirurgias eletivas é de dois a três meses. Helou elogiou a decisão de unificar a lista de espera, considerando-a um ato corajoso que permitiu o planejamento e organização das ações. Ele parabenizou o governo do Estado pela iniciativa inédita.
Patrícia Fleury, do Conselho de Secretarias Municipais de Saúde do Estado de Goiás (Cosems), destacou a participação dos municípios no programa e o esforço realizado para a cooperação entre eles. Fleury afirmou que todos estão envolvidos, inclusive os municípios, que se organizaram para o transporte dos pacientes.
Com essas medidas, o Governo de Goiás busca diminuir a fila de espera por cirurgias eletivas, melhorando o acesso e a qualidade dos serviços de saúde oferecidos aos cidadãos goianos.
Publicado por: Badiinho Moisés