Escrito por: Redação/Pidim – Jornal O Catalão
Fotos: Reprodução/Foto Capa: Osman Gomes – Aero Drone
Não foi surpresa a redução do IPTU em 50% do valor cobrado. Quem dos vereadores iria votar contra a redução de impostos? O que mais estranhou foi o fato de vereadores da base do prefeito terem a favor do aumento, que foi abusivo, e agora a favor da redução somente depois que o próximo prefeito eleito, Adib Elias, já ter anunciado que iria reduzir esse imposto.
O próprio prefeito Jardel Sebba que encaminhou o projeto poderia ter feito essa redução logo que sentiu a revolta da população em 2014.
Seria bondade que ficou esquecida em 2014 na época do aumento ou simplesmente obediência juvenil ao chefe do executivo, como fora na maioria dos projetos anteriores, mesmo contrariando a população. Câmara com grande parte submissa.
O vereador Daniel do Floresta sempre afirmou que eles e os outros que eram da base do prefeito recebiam Mensalinho de R$ 10 mil para aprovar os projetos do executivo. A investigação corre na justiça e muitos dos vereadores que compõem a atual Câmara já foram ouvidos até na delegacia especializada nesse tipo de crime, na capital. A decisão não saiu.
O resto da história todo mundo sabe. Dos 10 vereadores da base governista, somente dois foram reeleitos.
Outro fato que estranha foi a determinação de um empréstimo de cerca de R$ 20 milhões do PEMAT para a modernização do sistema tributário que seria pago com essas atualizações. E agora, será que o atual prefeito liquida o empréstimo antes de 31 de dezembro?
Na época os vereadores da oposição foram contra mais outro empréstimo que eles não sabiam como seriam aplicado, ou se seria. Não adiantou, o prefeito conseguiu a aprovação e ficou mais essa dívida para que Adib Elias comece a pagar em 2017.
Alguns vereadores ligados ao prefeito (João Antônio, Silvano Mecânico) não deixaram de desabafar o desgaste sofrido no primeiro aumento de IPTU que contribuiu para a não reeleição deles.
Veja o que disseram na reunião na Câmara:
“Nem todo mundo tem direito de fazer a sua própria vontade. E na política muitas vezes você é obrigado irmão. Você sai de si… Acho que nesse momento houve muita incoerência… Realmente a gente fica chocado com muitas atitudes da forma de como a política envolve o parlamentar”. Vereador Silvano Mecânico (PR).
“Existe o PMAT que foi um programa para modernização de matéria tributária e arrecadação tributária. O recurso foi tomado de empréstimo junto à Caixa Econômica Federal e deveria ser pago com o acréscimo que seria incrementado na arrecadação. Agora fica o questionamento: quanto foi pego? Como vai ser pago?” – Gilmar Antônio Netto (PMDB) questionando o empréstimo de cerca de R$ 20 milhões que o poder público pegou para modernizar o seu sistema.
“O projeto está aí para o bem da sociedade. Quem quiser votar contra que vote contra”. – Presidente da Câmara Juarez Rodovalho (DEM).
“Há três anos atrás o prefeito de Catalão mandou projeto para aumentar o IPTU em até 600%. Maior aumento do IPTU da história do Brasil. Na época eu votei contra e saí de cabeça erguida na cidade… O povo não tinha condição de pagar. Mesmo assim o prefeito mandou protestar, colocando o nome no SPC, SERASA, ferrando o povo. Agora depois que dá o tapa vem soprar”. – Vereador Vandeval Florisbelo (PMDB).
“O prefeito teve quatro anos para fazer isso, porque só agora para o próximo prefeito? Ele poderia ter poupado os vereadores de sua base desse desgaste”. – Vereador Jurandir Antônio (PMDB).
“O prefeito foi feliz quando ele está aqui corrigindo um erro”. – Vereador Valmir Pires (PSDB), da base aliada do prefeito Jardel. “O projeto não é eleitoreiro até porque o pleito eleitoral já passou… Ele está mandando o projeto para a casa na maior humildade para corrigir”, emendou o vereador. Apesar da fraca tentativa de explicação, com argumentos frágeis, o vereador não convenceu e nem justificou porque esse arrependimento para corrigir o erro somente é feito faltando 30 dias para que ele e o prefeito deixem seus cargos políticos. Ambos não foram reeleitos.
“Um projeto nojento que chega no apagar das luzes para desgastar ainda mais a Câmara… Escrever história com o nome de outro é fácil. É um projeto que vai ser cumprido pelo próximo prefeito… Isso não é ajuda. Ajuda é dar para quem quer, para quem não quer e para quem não precisa… Está fazendo o povo e os vereadores de palhaços, mas o troco já foi dado ao Palhaço que é quem mandou esse projeto. Não é o prefeito não. Não estou xingando o prefeito de Palhaço não que eu respeito, porque eu acho que infelizmente nem o prefeito aqui em Catalão está!”. – Vereador Paulo Moreira do Vale (DEM).
“Mas acho uma incoerência sem tamanho um projeto que chega nessa casa e muito mais admiração me causa vereador Aurélio de assistir hoje de manhã uma mobilização… Lamento porque no dia em que nós mais sofremos nessa casa, o dia em que nós aprovamos esse projeto, foi preciso implorar que viesse companheiro aqui dar força pra gente, foi preciso o presidente Juarez ir na prefeitura se humilhar, ‘olha, nós precisamos de reforço policial senão o povo vai quebrar a Câmara, senão o povo vai quebrar o plenário’ e ninguém deu a mão para os 10 trouxas que estavam aqui ai agora teve até a mobilização para ir lá acompanhar os votos deles, acompanhem, creio que ninguém aqui vai votar contrário ao benefício do povo, mas repito, encerro meu mandato não tendo notícia na história de Catalão de tamanha incoerência como foi esse projeto” – Vereador João Antônio (PSDB), no plenário da Câmara de Vereadores ao falar sobre o projeto do IPTU.
“Vou votar a favor… Cobrou-se por dois anos e agora vai voltar ao normal. Isso tem uma finalidade: uma oposição ao prefeito eleito de Catalão, diminuir as receitas para prejudicar a próxima administração de Catalão – Anísio Pereira (PMDB).