Nestes últimos 11 dias, os olhos do país inteiro se voltaram para a cidade mineira de Brumadinho, região metropolitana de Belo Horizonte, onde uma barragem de rejeitos da mineradora Vale do Rio Doce se rompeu no último dia 25 de janeiro, onde até a noite desta última terça-feira (05/02), o número de pessoas mortas chegou a 142 e 192 ainda seguia desaparecidas, além da poluição do Rio Paraopeba e das incalculáveis perdas da fauna e flora daquelas localidade.
Com a maior catástrofe ambiental do Brasil, a imprensa no geral se despertou e voltou suas atenções para as cidades brasileiras onde existem empresas mineradoras, as quais, praticamente todas elas, fazem o uso de barragens como a que se rompeu em Brumadinho-MG. Em nossa região, as três mineradoras, juntas detém de um total de oito barragens, das quais foram destaques de matérias publicadas pelos veículos de comunicação do Grupo Jaime Câmara (Jornal Impresso e Online – O Popular/TV Anhanguera e G1 Goiás), que destacaram as barragens de rejeitos da nossa região. Assim como o Portal UOL, que também citou a classificação de riscos dessas barragens em matéria publicada no último dia 30 de janeiro.
Também no último domingo (03), o Jornal O Popular depois ter relembrado o rompimento da barragem da antiga Ultrafértil S/A, ocorrido em 2004, divulgou matéria a respeito da não aplicação das políticas de segurança por parte dos órgãos de monitoramento das estruturas de contenção, nem mesmo após a tragédia de Mariana, ocorrida no início de novembro de 2015, a qual vitimou 19 pessoas. Nessa matéria, foi destacado o Inquérito Civil Público movido pelo Promotor de Justiça do Ministério Público de Catalão, Dr. Roni Alvacir Vargas, iniciado em dezembro de 2015, o qual ele detalhou na semana passada ao Blog do Badiinho durante entrevista coletiva concedida na semana na sede do órgão. Leia trecho da matéria publicada pelo O Popular, que fala sobre a questão das barragens da região:
Matéria do Portal UOL também citou as barragens de Catalão e Ouvidor
O maior portal de notícias da internet no país, o UOL.com, destacou no último domingo (03), que o Brasil é um país que possuí 24 mil barragens registradas, que servem a diferentes propósitos, e deste total, 790 barragens são de concentração de rejeitos de mineração, como a de Brumadinho da mineradora Vale.
Segundo a reportagem do UOL, as barragens da mineração, analisando elas de mais perto, é possível dizer que 204 têm potencial de dano alto, tanto a pessoas quanto ao meio ambiente, em caso de acidentes. Veja a lista das 790 barragens de mineração registradas no país.
A matéria também informa que das 204 barragens de contenção de minério do país, 134 (65%) estão em Minas Gerais, que segundo o site, é o estado que mais tem barragens de todos os tipos do país. Os municípios de Nova Lima com 18, Ouro Preto com 14 e Itabira com 8, são as cidades mineiras com mais barragens de minério.
O Pará é o segundo estado estado do pais com maior número de barragens de minério com alto dano potencial. São ao todo, 20 (9,8%). A maior parte (oito) está no município de Barcarena, onde houve instalação de CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) no ano passado que apontou riscos para a saúde de pessoas de comunidades rebeirinhas. As cidades de Parauapebas e de Paragominas têm quatro barragens cada uma.
Bahia, Goiás e Santa Catarina estão na sequência dos estados com mais barragens do tipo. Em Cada um deles, há sete contenções de rejeitos de mineração com dano potencial classificado como alto. Os município de Barracas (BA), Ouvidor (GO), Lauro Muller e Treviso (SC) são os que mais têm barragens do tipo, com três em uma dessas cidades.
Vale tem 50 barragens com potencial alto de Dano
A empresa Vale, administradora da barragem de Brumadinho, tem 50 locais de concentração de rejeitos de minério com dano de potencial classificado pela ANM como alto. Destes, 45 estão em Minas Gerais. Outros cinco, no Pará. Apesar do dano potencial alto, o risco entre elas está entre baixo e médio.
Depois da Vale, a empresa com maior número de contenção de rejeitos com possível dano alto é a Mosaic Fertilizantes, mas com risco considerado baixo. Dez delas estão em Minas Gerais quatro em Cajati (SP) e uma em Catalão (GO). Com oito barragens em Bacarena (PA), a Imerys é a terceira empresa com mais barragens com essas características.
A empresa Carbonífera, com sete barragens do tipo em Santa Catarina, e a Anglogold, com seis em Minas Gerais, vêm na sequência. (Fonte: Portal UOL).