O jornalista Ricardo Boechat, âncora de dois programas da TV Bandeirantes, estava no helicóptero que caiu no quilômetro 7 da rodovia Anhanguera. Segundo os jornalistas da Band News, Boechat teria ido a um evento de um laboratório farmacêutico, em Campinas (SP), retornando a São Paulo, quando a aeronave teria caído.
O helicóptero caiu em um trecho próximo a chegada a São Paulo, no início da tarde desta segunda-feira e atingiu a parte da frente de um caminhão. O jornalista e o piloto morreram na hora.
De acordo com o Corpo de Bombeiros, a aeronave caiu em cima de um caminhão que trafegava pela rodovia, no sentido interior, próximo à praça do pedágio. Não há, ainda, informação sobre o estado de saúde do motorista – ou se havia passageiros no caminhão acidentado.
O corpos de duas vítimas já localizados, segundo os bombeiros, estavam na aeronave, que explodiu após o choque. Os bombeiros informaram que 11 viaturas foram deslocadas para o local no atendimento à ocorrência.
CARREIRA BRILHANTE NO JORNALISMO
Filho de um diplomata brasileiro, Ricardo Eugênio Boechat nasceu em 13 de julho de 1952, em Buenos Aires, na Argentina. Iniciou a carreira em 1970, no extinto Diário de Notícias (RJ), e começou a trabalhar na coluna de Ibrahim Sued. Transferiu-se para O Globo (RJ) em 1983, ano que marcou sua separação da equipe de Ibrahim – já então em O Globo – para integrar a da coluna Swann, no mesmo jornal, da qual se tornaria titular dois anos depois e que passaria a ter o nome de Boechat em fins dos anos 1980. Ibrahim morreu em 1995, e Boechat já era, então, titular de sua própria coluna há muito tempo.
Em 1987, foi convidado por Moreira Franco, governador do Rio de Janeiro na época, para ser titular da Secretaria de Comunicação Social do Estado. Permaneceu no cargo por seis meses, teve uma breve passagem pelo Jornal do Brasil (RJ), e depois na sucursal carioca de O Estado de S.Paulo (SP). Pela Agência Estado, ganhou o Prêmio Esso de Reportagem 1989, juntamente com Aluizio Maranhão, Suely Caldas e Luiz Guilhermino.
De volta à O Globo, em 1989, como editor da mesma coluna Swann de outrora, logo transformada em Boechat, ali se fixou como um dos colunistas mais influentes do país. Venceu os Prêmios Esso de 1992, na categoria Informação Política, com Rodrigo França, e de 2001, na categoria Informação Econômica, com Chico Otávio e Bernardo de la Peña, sempre por notas de sua coluna que renderam pautas aprofundadas. Saiu de O Globo em junho de 2001. Quando recebeu o Esso, no final daquele ano, já não estava no jornal. Deixou a empresa após rumoroso episódio envolvendo empresas de telefonia. Mas subiu ao palco, com a equipe da casa, para receber o prêmio, mesmo assim, por mérito.
Foi então para o Jornal do Brasil como colunista, assumindo o Informe JB. Ganhou depois coluna própria no primeiro caderno – semelhante à que tinha em O Globo – e, cumulativamente, assumiu a Direção de Redação por um ano, a convite de Nelson Tanure.
Teve participações como colunista no SBT, em notas gravadas na própria redação do JB, para o telejornal apresentado por Hermano Henning. Chegou a fazer um piloto para ancorar um telejornal na emissora, mas não chegou a exercer a função. Fez coluna em O Dia (RJ) e foi professor da Faculdade da Cidade.
Entrou para o grupo Bandeirantes, como diretor de Jornalismo no Rio de Janeiro. Em fevereiro de 2006, mudou-se para São Paulo, para ancorar o Jornal da Band, principal noticiário da emissora. Desempenha a mesma função no programa diário Jornal do Rio, na rádio BandNews FM, transmitido exclusivamente para o Estado do Rio de Janeiro (capital e interior) das 7h às 9h. Assina ainda uma coluna semanal na revista IstoÉ (SP), com a colaboração de Ronaldo Herdy.
Dentre os prêmios conquistados durante a carreira estão os citados três Prêmios Esso – 1989 (reportagem), 1992 (informação política) e 2001 (informação econômica) –, um White Martins de Imprensa, além de nove Comunique-se – 2007, 2010 e 2012, na categoria Âncora de TV; 2006, 2008 e 2010, como Apresentador/Âncora de Rádio, e 2008, 2010 e 2012, como Colunista de Notícia. Pelo acúmulo de troféus Comunique-se, entrou para a Galeria de Mestres do Jornalismo da competição e passou a ser considerado hors-concours em duas categorias: Apresentador/Âncora de Rádio e Colunista de Notícia.
Ricardo Boechat também é nome frequente no Ranking J&Cia anual, levantamento que contabiliza os pontos recebidos pelos jornalistas de acordo com os prêmios conquistados. Em 2012 com 372,5 pontos ficou 18º lugar entre os Mais Premiados Jornalistas Brasileiros de Todos os Tempos. Na edição do Ranking J&Cia em 2014 subiu mais algumas posições e colocou-se em 11º, entre os mais premiados.
Também foi eleito o jornalista ‘Mais admirado’ na pesquisa de Jornalistas&Cia em 2014, que elencou os 100 principais profissionais do mercado.
É autor do livro Copacabana Palace – Um Hotel e sua História (DBA, 1998), que resgatou a trajetória do hotel mais exclusivo e sofisticado do País, completando 75 anos de existência no ano da publicação.
Em 2015 segue como colunista da IstoÉ Independente, âncora do Jornal da Band e da rádio BandNews FM.
Foi eleito bicampeão no Prêmio Os +Admirados Jornalistas Brasileiros edição 2015. Realizada por Jornalistas&Cia em parceria com a Maxpress, a votação é feita dois turnos, abrange um colégio eleitoral integrado por 48 mil profissionais, sendo cerca de 3 mil da área de comunicação corporativa e 45 mil jornalistas de redações. Nesta segunda edição da premiação foram recebidas cerca de 8 mil indicações, abrangendo quase 3 mil nomes de jornalistas. Passaram para a final 347 jornalistas da etapa Nacional. Boechat além de ter conquistado o primeiro lugar na votação, abriu um diferença de mais de 7 mil votos à frente do segundo colocado.